sexta-feira, 27 de março de 2009

Primavera



A estação mais odorífera, policroma, sensitiva, de chilreios mil chegou. É a Natureza no seu esplendor.
Já eu queria ser flor. Uma qualquer flor de um jardim qualquer. E fosse o mais efémera possível.
A propósito lembro-me de uma ode de Ricardo Reis: «As rosas do jardim de Adónis/ Essas vólucres amo, Lídia, rosas/Que em o dia em que nascem/ Em esse dia morrem.»
Para quando o meu dia?

2 comentários:

Ana Paula Motta disse...

Pois é, amiga, é primavera.
Me lembrei desse poema que postei quando aqui começou a primavera.
"É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!

Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor
Da vida... não há bem que nos não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!

Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheio a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, a tua espera...

Pus rosas cor-de-rosa em em meus cabelos...
Parecem um rosal!
Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera."
(Florbela Espanca)

F Nando disse...

Primavera onde as cores e os cheiros se intensificam e tudo renasce
Bjs