segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Minha mãe

A minha mãe esteve doente e ,por isso, estive quinze dias em Chelas, uma aldeia perto de Mirandela. Quase não podia andar e custava-lhe imenso a falar. Não se sabe bem porquê foi ao Hospital e lá detetaram que tinha líquidos no pulmão direito e nas pernas. Foi na Clínica de Diálise de Mirandela que resolveram o problema e apouco e pouco voltou a poder falar e andar. Assustei-me verdadeiramente ao vê-la tão debilitada
Mas a minha mãe é uma guerreira, uma lutadora e apesar de débil conseguiu passar por mais uma fase difícil. Admiro-a muito. Há dezasseis anos que faz diálise e já apanhou alguns sustos. A família toda apanhou, porém tem conseguido sempre derrubar os obstáculos que lhe vão aparecendo.
Amo-a e admiro-a muito. É um exemplo a seguir, sem dúvida. Eu, que também tenho uma doença crónica, não sou tão corajosa nem tão lutadora. Nestes quinze dias aprendi muito com ela e o diretor clínico que esteve comigo duas vezes e que muito conversou comigo. Ambos me deram força e energia para continuar a enfrentar a minha bipolaridade. Agradeço à minha mãe e agradeço ao médico Nunes e Azevedo.
Foram duas semanas difíceis todavia reconheço que também eu saí a ganhar. Hoje sinto-me com mais força para seguir em frente e não me deixar abater pela doença. Há sempre uma luz que brilha ao fundo do túnel, há sempre uma janela que se abre quando se fecha uma porta, há muita energia em torno de nós que faz maravilhas. Eu acredito. Minha mãe também. O médico também.  

quarta-feira, 22 de agosto de 2018




DIA DE VERÃO         


O dia nasceu azul, azul.
É verão.
Faz muito calor.
Sabe bem mergulhar na água do mar
e nadar, nadar, nadar.
Sentir a água no corpo é uma maravilha.
De tão transparente
vê-se o fundo
e até alguns peixinhos.

O dia nasceu azul, azul.
O sol brilha com intensidade
e o melhor é mesmo mergulhar,
na água fria do mar
nesta água transparente.

O dia nasceu azul, azul.
Busca-se uma sombra debaixo do chapéu
depois dos mergulhos repetidos
sempre a convidar a outras idas ao mar 
para aplacar o calor que está.
Sabe tão bem!


NOITE DE VERÃO


A noite cai tranquila,
o pôr do sol já aconteceu
deixando na linha do horizonte
tons de laranja, amarelo e vermelho.
A lua já chegou
vestindo-se de quarto crescente bem cheio
e espelha-se nas águas do rio Tejo,
deixando um caminho de luz.
O silêncio é total
nada se ouve a não ser o próprio silêncio
A tranquilidade que se sente é incomensurável.
Reina a paz por estes sítios
tão naturais e cósmicos.
O milagre de se ser continua
por todos os recantos deste reino
tão próximo do mar selvagem.
Sente-se a energia do universo onde quer
que estejamos.
A grandeza destes sítios tão únicos e singulares
mostram-nos que a vida existe
e que um novo dia há de nascer.



sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Alcatejo

É bom estar à beira rio e molharmo-nos nas suas águas frescas. Faz uma brisa aprazível. Embora esteja muito calor, está-se bem aqui, assim, sem nada fazer a não ser desfrutar desta frescura do rio.
Observo que sob o sol quente e abrasador ondula no rio, de mansinho, a fragata Alcatejo. Já foi dar o seu passeio habitual levando jovens veraneantes rio abaixo e rio acima. Encheu-se de risos e gritarias juvenis e soube bem seguir o caminho de outras viagens.
Observo-a de longe e sinto que também vou embarcar nela para mais um passeio nas águas prateadas do Tejo. Imagino que vou até ao cais de embarque onde se encontra, entro e dou o bilhete antes de me ir sentar num dos bancos laterais. Entram outras pessoas. A viagem inicia-se. As velas são içadas e dá-se início a viagem rio abaixo bem perto ainda do casario branquinho da margem esquerda. Depois afasta-se gradualmente até atingir o meio do rio. Aí parece que quase paramos para observar as aves que cruzam os céus e os outros barcos de recreio ou que andam na faina da pesca.
A fragata Alcatejo navega em águas profundas ansiosa de mostrar a sua beleza e a beleza da paisagem ribeirinha. Segue calma e sem pressa ao sabor do vento . Depois retoma a subida do rio para voltar à sua casa, em Alcochete.
Todos estão animados e a conversa generaliza-se. Contam-se histórias que são as histórias de outrora e que animam os passageiros até à chegada ao cais.  
Depois do desembarque, a Alcatejo fica atracada ao largo do cais ondulando gentilmente sob o céu azul esperando a noite cálida e a chegada de um novo dia para retomar os seus passeios turísticos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Um dia de calor


Esta sou eu num dia normal de calor.
Estava numa esplanada e corria uma aragem fresca.
O mesmo não se aplica a hoje.
Nem de casa saí.
Está um calor insuportável.
Está um calor insano.
Está um calor impaciente em deixar um rasto de destruição.
Está um calor indefinível de tanto calor fazer.
Está um calor impossível de suportar.
Está um calor de mais.
Está muito calor!
Amanhã e depois o calor vai ainda aumentar.
Por favor, calor, vai-te embora.

Rio Tejo


As águas do rio Tejo estão intranquilas porque a maré está a subir. Os barcos ondulam abruptamente para baixo e para cima parecendo cascos frágeis. Não há ninguém a navegar. Não é a hora. Logo pela madrugada ou ao fim do dia são os momentos mais propícios para a faina da pesca e para ir apanhar o marisco.
Homens, mulheres, crianças e jovens chafurdam na lama para o marisco vir à tona para ser apanhado. Vão de barco até meio do rio e onde não há água, bem longe da berma protegida, largam o barco para iniciar a apanha do marisco. São horas de costas curvadas a remexer no lodo durante a maré baixa. É assim que obtêm o seu sustento todos os dias do ano e de acordo com a época do peixe e do marisco.
O Tejo sobe e desce indiferente à luta deste povo ribeirinho que sabe bem até onde ir. Como já alguns morreram afogados, todo o cuidado é pouco. É preciso estar atento à corrente, aos baixios, às marés, para não ser apanhado desprevenido.
A vida de pescador e mariscador é uma vida dura e nem todos querem deixar a sua vida nas águas turvas do Tejo. Os que têm este modo de vida são constantemente postos à prova pela natureza, mas todos são corajosos e cuidadosos. Prezam a vida mais que tudo. Só um descuido os apanhará desprevenidos.
O Tejo é sustento, vida e morte. De tão largo e fundo tudo pode acontecer num ápice, por muito cuidado que se tenha. Viver do Tejo é arriscar a vida todos os dias.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O BELO


As palavras dizem que o belo existe aqui, agora, além, além de nós que a nossa existência é breve e termina inexoravelmente na morte. Depois da morte fica-nos a expressão do belo das mais variadas formas.
As palavras dizem o amor como os amantes dizem que se amam de alma e coração. As palavras contam os momentos de felicidade e de tristeza nas telas que o pintor quis pintar. As palavras narram belas histórias de outrora que fazem parte da tradição oral de um povo e de todos os povos. As palavras aparecem sempre que a voz do poeta se ergue para cantar o seu fado ou o fado de outros.
Gosto das palavras porque elas dão forma ao belo em poemas, narrativas, ensaios, peças de teatro, guiões, e ficam para sempre no andar lento dos séculos. O belo existe nos escritos assim como existe na policromia dos quadros, na polifonia das composições musicais, na grandeza das esculturas, na grandiosidade dos monumentos, na inexplicável e sempre harmoniosa Mãe Natureza.
O que é o belo senão o que existe à nossa volta seja obra do Homem ou do Universo? O belo é intemporal e também sempre novo porque tudo existiu, existe e existirá. Nós não, como disse.
O meu olhar apreende o belo que me cativa sem razão, nem explicação. Pode ser um momento breve, leve, passageiro mas fui eu que o senti meu por instantes. Pode ser um tempo longo, artístico, pleno de significado para mim. Pode ser um dos meus livros, sim. Também pode ser um dos quadros que pintei há anos, pode. O belo sente-se. O belo é enamoramento por tudo o que fazemos e somos. O belo ama-se acima de ódios e querelas. O belo sabe bem o momento de se manter sempre entre nós. O belo diz e diz-nos. O belo é maior que tudo na vida e na morte. O belo fica. Sempre. Sempre. Sempre. 


quarta-feira, 25 de julho de 2018

Chelas





Chelas é uma aldeia que fica a dois quilómetros e meio de Mirandela,  em Trás os Montes. É uma aldeia pacata e pequena, com poucos habitantes, alguns deles bastante idosos. Quase não há crianças. Talvez uma, duas ou três. Não sei precisar.
A aldeia fica no cimo de um monte e a paisagem circundante, mais ou menos longe, é constituída por serras e montes e uma pequena planície. A maioria das casas é em pedra, mas há também construção de casas mais modernas. Isto é, as que não se conseguiram reconstruir em pedra, foram reconstruídas em betão. Há ainda vivendas enormes construídas posteriormente à reconstrução e reabilitação das mais antigas que têm uma traça mais moderna, não desvirtuando a arquitetura da aldeia. Há, no entanto, bastantes casas para reabilitar num dos bairros da aldeia.
A antiga escola já não recebe alunos há muitos, muitos anos. É agora o lugar de encontro dos escuteiros de Mirandela. Preserva-se assim algum do património da aldeia. A igreja de Santa Maria Madalena também foi recuperada e atrai a atenção dos habitantes  e dos turistas. Ali se reza a missa, se fazem batizados, casamentos e funerais. A 22 de Julho faz-se uma pequena festa em honra da padroeira e nesse dia ou mais a aldeia ganha mais vida.
No mês de agosto as casas de segunda habitação enchem-se de gente com a chegada dos emigrantes e com a vinda dos que moram no Porto, Lisboa ou outras cidades de Portugal. Nessa altura há mais gente e a pequena aldeia adquire um novo colorido. Os reencontro acontecem e todos estão satisfeitos por essas merecidas férias.
Nesta aldeia não há um único café ou restaurante. Nunca houve. Houve em tempos idos uma taberna e mercearia que morreu com o desaparecimento gradual das pessoas. Apesar de não haver café, nem mercearia, há pão fresco todos os dias, peixe e mercearia uma vez por semana. 
A "Quinta Entre Rios" é um empreendimento de agroturismo que alberga alguns visitantes curiosos em conhecer tão pacata aldeia ou que preferem a calma e o silêncio daqueles sítios. Ouve-se simplesmente, a maior parte do ano, o latir dos cães, os trinados dos pássaros, as cigarras, e um ou outro automóvel que passa.
Na maior parte do tempo não se vê vivalma. Os invernos são muito frios, com neve a cobrir a paisagem, e os verões são muito, muito quentes. A temperatura ultrapassa em muito os trinta graus.
Chelas é uma aldeia pequena mas hospitaleira. A paisagem é de cortar a respiração com tanto que os nossos olhos veem. O olhar perde-se na linha do horizonte onde terra e céu se encontram em harmonia.


segunda-feira, 23 de julho de 2018

Passeios





Gosto de sair para dar um passeio pelas ruas da cidade ou ausentar-me de casa para conhecer outros sítios. Sabe bem sair e ver outras paisagens. Faz bem à mente e a aparição de novas paisagens enchem-nos de alegria e paz.
Há algum tempo, fomos passear até à cidade da Guarda. Não fizemos o trajeto de uma vez só. Aproveitámos para parar e conhecer a aldeia mais portuguesa de Portugal: Monsanto. Esta aldeia tem a peculiaridade de estar incrustada nas rochas e algumas das casas têm mesmo o telhado de rocha. São casas de pedra lindíssimas e que respiram  o ar dos antepassados. Cada casa é uma história ou várias.
Os trilhos são estreitos e para visitar a aldeia de Monsanto tem de se andar sempre para cima até ao topo das fragas. Os penedos erguem-se orgulhosos e intemporais. De cima dos rochedos avista-se a planície lá longe que se perde no infinito, que fica bem junto ao céu.
Nem todas as casas são habitadas, percebe-se que algumas delas são a segunda habitação e algumas delas estão reabilitadas. Muitas delas têm jardins floridos multicolores, as que não têm jardim têm vasos de flores muito bem tratadas.
Depois dessa paragem por Monsanto, seguimos o nosso caminho com a beleza destes sítios no nosso olhar.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

ESPLANAR



Hoje, como noutras tardes, o Nando e eu fomos dar uma volta pelas ruas do Montijo, rumo ao Café da Praça.
Como têm estado uns dias quentes descemos as ruas para sentir a brisa do vento e passear um pouco. Depois do passeio, aproveitámos para beber uma bebida refrescante. Sentámo-nos na esplanada do referido café após feito o pedido. A cerveja está sempre fresquinha.
Sabe bem esplanar, como dizemos entre nós. É uma pausa habitual ou que se está a transformar num hábito. Enquanto estamos a  esplanar, conversamos e observamos os transeuntes rumo a casa ou a outro lugar qualquer. É uma boa forma de relaxar.
Algumas crianças brincam no jardim ou no coreto, os transeuntes passam com mais ou menos pressa, alguns sentam-se também na esplanada a beber algo igualmente fresco, comer gelados ou comer um croquete, um rissol ou um bolo.
É agradável estar na esplanada a esplanar. O vento sopra tornando o calor suportável. Está-se tão bem! É bom nada fazer a não ser saborear parte do fim da tarde, conversando ou observando o movimento da Praça. Os temas da conversa vão variando. Hoje falámos do que vamos fazer no próximo fim de semana. Decidimo-nos por ir ao "Rendezvous - more than wine", em Lisboa. Começamos a planear as próximas férias, isto é, a nossa viagem a Lagos. E por aí fomos ficando sonhando com outros destinos caso a ocasião nos apareça. O Nando falou em dar a volta ao mundo. Seria tão bom!
Esta tem sido uma forma de sair de casa apesar dos dias mais ou menos quentes. Esplanar faz bem. Esplanar é bom. É ver o tempo passar sem o sentir passar.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

No Rendezvous - More than Wine



Esta sou eu no "Rendezvous - more than wine", um espaço acolhedor onde se podem comer deliciosas tapas transmontanas, e não só, e beber um bom vinho ou cerveja artesanal. Gosto também das compotas que servem com os queijinhos e da ginjinha de Lisboa. Há muito com que nos deliciarmos.
O espaço é muito agradável e bem decorado com notações de madeira: uma parede e uma estante onde estão expostas as bebidas e os doces.
Este espaço fica na Rua de São Vicente, em Lisboa, bem perto do Panteão Nacional e da Igreja de São Vicente.
Depois dos comes e bebes pode-se fazer um passeio cultural, como eu  já fiz. É um bom programa para um fim de semana ou um dia de férias. 




Somos
impensada e sonhadamente
melodias incompletas do ser
numa pauta essencialística
todo o momento reescrita
na tela da vida
Buscando e acreditando em sonhos, paixões, quimeras
a realizar





Quando a lua sobe no céu escuro, com o corpo inchado e pleno, os duendes saem dos seus múltiplos esconderijos, para cravejarem de diamantes o infinito cósmico.
Estou a vê-los ainda agora: pequenos criadores de luzes mágicas, longínquas, saltitando de estrela em estrela ou voando no firmamento longínquo.
Não me canso de os observar, por querer ser como eles: seres etéreos, imaginários, sem sentir nada do que me atropela o pensamento e me adensa o vazio.
Se fecho os olhos, ainda que por breves instantes, sem tempo no relógio, aproximam-se de mim e segredam-me ao ouvido as palavras que a lua não me pode dizer.








Estive uma semana na aldeia da minha mãe. Aí passei parte da minha infância e a adolescência. Muitos anos se passaram. Se na altura morava pouca gente, hoje há ainda menos habitantes.
A aldeia da minha mãe chama-se Chelas e fica a dois quilómetros de Mirandela. Tem casas em pedra e outras de construção mais moderna. Tem um complexo de agroturismo designado Quinta Entre Rios, porque a aldeia fica situada no alto do monte entre dois rios que se unem no fundo da aldeia. Do lado direito, corre o rio Rabaçal e do lado esquerdo corre o rio Tuela. Quando se unem nasce o rio Tua. A paisagem é deslumbrante.
Quem é amante da natureza e de desportos mais ou menos radicais pode ficar na Quinta Entre Rios. Os pequenos almoços são frugais e com fruta e iguarias da época e da Quinta. Pode nadar na piscina, jogar ténis, fazer caminhadas, andar a cavalo ou de moto-quatro. Tudo é permitido, inclusive participar nas colheitas quando é tempo delas.
Na Quinta Entre Rios podem realizar-se casamentos, encontros de jornalistas, reuniões várias pois há uma sala autónoma para a realização de eventos. É um belo espaço circundado por árvores, flores de todas as espécies, relva verdejante e trilhos de pedras.
No complexo encontramos casas com os nomes do que o espaço foi ou albergou um dia: Casa do Lagar; Casa do Pastor, Casa do Forno, entre outras.
Sempre que vou à aldeia da minha mãe acabo sempre por tirar umas fotos às habitações da Quinta, desde a Casa Senhorial, de outros séculos, e às outras que compõem o complexo.
Gosto desses dias tranquilos onde não se vê quase ninguém. Só é pena o muito calor que faz nesta altura do anos. A temperatura ultrapassa e muito os trinta graus. É a Terra Quente. Que outro nome poderia ter?
Gosto de perder a vista pelos montes e serras. Cada recanto é uma pequena parte deste paraíso algo esquecido.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

NATHALIE

Sim, esta sou eu e o meu Ser francês
desde o dia em que nasci
ainda e sempre nas indesejadas
separações físicas

*  *  *
É onde eu estou sempre
ainda sonhadamente
nos instantâneos parisienses
*  *  *
Vou para Paris só ou com os amigos
e palmilhamos as ruas claras e  perfumadas
de croissants, crepes e nutella, waffles.

*  *  *
Sei tão bem os cadeados de Amor
no ponts des arts,
a paixão nos nomes e curtas declarações.
São sentires indomáveis
de tão felizes apareceres!

*  *  *
Sinto como meu
 o quotidiano
das baguettes debaixo de qualquer braço
a pedir fromage, beurre, confiture e um café
em cada início de dia.

*  *  *
Que visão tão pitoresca e citadina!

*  *  *
Sou sempre Nathalie em Paris.
Existo em sensações de bem estar e bem querer.
Amo e sinto-me amada, querida, apaixonada.

*  *  *
Encho-me de fugas furtivas
até ao mais fundo do Ser
e tenho o melhor dessa viagem parisiense.

*  *  *
Nathalie?
Oui, c' est moi!
Ici, pour toujours.

SEI AGORA
SÓ AGORA
QUE O AMOR É UMA DELICADA
MAS TAMBÉM INTENSA ESSÊNCIA
QUE INVADE O ESPÇO CARMIM
AVELUDADO

*  *  *

SEI AGORA
SÓ AGORA QUE TEM NOME
DE ESTAÇÃO CLARA
E É INIGUALÁVEL
NOS SEUS BEIJOS TERNOS
E DOCES REPETIDOS
SEM URGÊNCIA OU COM ELA

*  *  *

SE ASSIM NÃO FOSSE
NÃO SERIA AMOR
MEU AMOR

AS PALAVRAS

As palavras dizem o amor de se ser aqui, ali, hoje, agora. São a confissão de que a vida é feita de momentos onde a sensibilidade está à flor da pele. Podem ser momentos poéticos e momentos sensíveis.
As palavras são o eu que me habita e me traz felicidade, já que me contam inteira. São a minha história vivida, a que vivo, a que hei de viver. Sei que são de luz e amor, de sol e de ondas do mar, de nascer de dia, de cair da noite.
As palavras contam também os mundos que vi e transformei em textos poéticos ou em narrativas. São os sonhos que sonhei e hão de ser outros sonhos a viver.
As palavras sabem-me a sensibilidade incontida na página anjo. Tenho-as e deixo-as aparecer para me sagrar de grandeza reconhecendo, todavia, a minha pequenez.