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Será que só nos momentos de mania se consegue um estado hipnótico de criação? Sim. Acreditem que sim. Mantive-me no desconhecimento durante anos, porém agora sei que é verdade. Somos outros, outras, muitos, muitas sem descanso. É a nossa mente a guiar-nos para um completo estado de embriaguez. Mentes alucinadas, hipnotizadas pelo que nos habita momentaneamente! São os pensamentos que passam alucinantes, que se quedam ou fixam em ideias infinitas. Depois vem a vertigem do nada, do vazio, da ruptura connosco e com os outros.
Nestes actos criativos criamos, inconscientemente, barreiras. Por vezes, autênticas muralhas. Existimos nós e existem os outros. O nós que não nos deixa, que vive desassossegado, estranhamente estranho e sempre imerso no seu mundo. Por vezes sem saber o que fazer, ou que sabe o que não sabe, o que quer ou não quer. Somos inquietos e inquietantes. Não obstante, só paramos depois da obra concluída. Há dias consecutivos em que não podemos viver sem essa vertigem de se ser e existir para além do que, para os outros, é normal.
Este nós nunca é só eu, porque em cada eu há um nós: trevas e luz. Sem saber quando, como, porquê. Não queremos, mas somos. Não adianta lutar contra a abulia, a astenia, o desejo de permanecer tão quieto e silencioso quanto possível. Precisamos de descansar. De deixar que o coração sinta ou que a mente se detenha no que já terminou.
Os outros são a nossa família e os nossos amigos mais próximos. Os familiares sofrem por assistirem ao nosso desatino, muitas vezes à nossa indiferença perante tudo e à nossa incapacidade de reagir. Por mais que tentem, não compreendem. É-lhes difícil saber a razão do nosso estado. Embora tentem. Os amigos sentem a mesma incapacidade.
O melhor e mais reconfortante de tudo é que, apesar de tudo, apesar dos diferentes desvarios e loucuras cometidas, nem uns, nem outros nos abandonaram. Estão presentes, tentam aliviar-nos a passagem dos dias e dão-nos o seu carinho. Mesmo que não o mereçamos.
Nestes actos criativos criamos, inconscientemente, barreiras. Por vezes, autênticas muralhas. Existimos nós e existem os outros. O nós que não nos deixa, que vive desassossegado, estranhamente estranho e sempre imerso no seu mundo. Por vezes sem saber o que fazer, ou que sabe o que não sabe, o que quer ou não quer. Somos inquietos e inquietantes. Não obstante, só paramos depois da obra concluída. Há dias consecutivos em que não podemos viver sem essa vertigem de se ser e existir para além do que, para os outros, é normal.
Este nós nunca é só eu, porque em cada eu há um nós: trevas e luz. Sem saber quando, como, porquê. Não queremos, mas somos. Não adianta lutar contra a abulia, a astenia, o desejo de permanecer tão quieto e silencioso quanto possível. Precisamos de descansar. De deixar que o coração sinta ou que a mente se detenha no que já terminou.
Os outros são a nossa família e os nossos amigos mais próximos. Os familiares sofrem por assistirem ao nosso desatino, muitas vezes à nossa indiferença perante tudo e à nossa incapacidade de reagir. Por mais que tentem, não compreendem. É-lhes difícil saber a razão do nosso estado. Embora tentem. Os amigos sentem a mesma incapacidade.
O melhor e mais reconfortante de tudo é que, apesar de tudo, apesar dos diferentes desvarios e loucuras cometidas, nem uns, nem outros nos abandonaram. Estão presentes, tentam aliviar-nos a passagem dos dias e dão-nos o seu carinho. Mesmo que não o mereçamos.
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