Foto de F Nando
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Há em mim um desejo oculto de libertação. Desde menina. Desde as vezes em que fugia de casa para me ir recolher na casa de amigos. Outras vezes escondia-me nos livros que lia e não respondia a ninguém. A minha mãe ficava de rastos e ralhava-me com severidade. Na altura não compreendia, mas imagino agora a angústia que ela sentia.
Com o correr dos anos esse desejo manteve-se. Já não fujo de casa como antigamente, porém ainda me escondo. Desta vez em casa. Por vezes é-me doloroso estar com os outros, porque não consigo estar onde eles querem. Não acompanho os seus atos, as suas palavras, os seus pensamentos.
Há alturas em que procuro esquecer-me de mim e aí saio. Vou até uma praia e observo as gaivotas que caminham na areia e que depois levantam voo. Subitamente. Vão ao encontro de qualquer abrigo. Outro lugar.
Com o correr dos anos esse desejo manteve-se. Já não fujo de casa como antigamente, porém ainda me escondo. Desta vez em casa. Por vezes é-me doloroso estar com os outros, porque não consigo estar onde eles querem. Não acompanho os seus atos, as suas palavras, os seus pensamentos.
Há alturas em que procuro esquecer-me de mim e aí saio. Vou até uma praia e observo as gaivotas que caminham na areia e que depois levantam voo. Subitamente. Vão ao encontro de qualquer abrigo. Outro lugar.
3 comentários:
Gosto dessa singeleza contida na crônica, minha cara...
Abraço,
Libertação, esse desejo que nos habita e nos impele no salto que ainda não demos.
Eu falo agora por mim... também eu anseio pela libertação interior...mas ainda não dei o salto para a outra margem...
Tal como tu, refugio-me no mar, nas conversas com as gaivotas!
Um beijo do meu mar...
Nunca estou só nessas alturas em que fito o mar!
Gostei muito da foto.
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