Tinha uns olhos singulares: azuis mar céu sonho. Tinha uma boca com lábios finos: rosados e de sorriso fácil e carinhoso. Tinha umas mãos másculas: fortes como a terra, generosas e tantas vezes meigas. Tinha uma tez clara: ebúrnea e imaculada.
Emigrou. Lograda a primeira tentativa, tentou novamente vencer os Pirinéus e conseguiu. Iniciou nova vida fora da pátria. Antes da segunda tentativa casou. Aí nasceram os filhos: amava-os de paixão.
Gostava de jardins: gostava de flores: amava as rosas. Gostava de estar perto de amigos e familiares: nos piqueniques, nas festas de aniversário, nos jantares.
Em vinte anos nada foi esquecido. Nada. Dia dois de maio é o mês do meu pai. O dia em que a polícia descobriu o corpo amarrado numa raiz de árvore, dentro da água de um rio. Nunca mais fui/fomos os mesmos.
Je t' aime pápá. Toujours!
5 comentários:
As memórias sempre nos acompanham...!
As trágicas não nos deixam nunca!
Um beijo, Nathalie, e nem me atrevo a dizer mais nada.
Obrigada, Rafeiro Perfumado. Por mais que o tempo passe, não se consegue esquecer...
Que traumático deve ter sido... nem sei o que dizer. Um beijinho para ti.
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