Foto de F Nando
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Sempre gostei de escrever. Desde miúda, como já devo ter dito num outro post. Todavia nunca fui de escrever diários, como a maior parte das adolescentes. E se o escrevi, não lhe posso chamar diário, porquanto eram poemas, episódios, contos.
Passaram muitos anos até que começasse a escrever um diário. Tudo aconteceu sem ser premeditado. Só sei que alturas havia em que tinha de escrever quase diariamente. Tanto podiam ser textos curtos como mais longos. Prevalecia a prosa poética e, pontualmente, um poema.
Quando quis dar-lhe um título, algo sempre difícil para mim, ocorreu-me a palavra «Digressões» . Lembrei-me dela por sempre me lembrar do início da obra Viagens na Minha Terra, pois o narrador diz-nos que vai iniciar as suas digressões à roda do seu quarto, evocando depois o trajeto da viagem de Lisboa a Santarém, e a história de Joaninha.
À medida que ia escrevendo o meu diário, já adulta, em prosa poética, constatei que as minhas digressões à volta de mim mesma, tinham algo de lírico, ainda que pouco lírico... Sempre fui demasiado silenciosa e introspetiva e triste. As minhas confissões de dor, angústia, medo, desespero estavam naquelas páginas, escritas a computador, para mais ninguém ver ou ler. Porém, num dos meus atos extremos, o meu irmão viria a lê-los e a descobrir o que tanto me torturava.
Foi em 2010 que dei por terminado este diário que iniciei em 1995. São muitos anos, dirão! Muitos mesmo. Não quero voltar àquelas páginas, que nem são muitas afinal, embora sinta o mesmo: vazio, angústia, dor, desalento.
Passaram muitos anos até que começasse a escrever um diário. Tudo aconteceu sem ser premeditado. Só sei que alturas havia em que tinha de escrever quase diariamente. Tanto podiam ser textos curtos como mais longos. Prevalecia a prosa poética e, pontualmente, um poema.
Quando quis dar-lhe um título, algo sempre difícil para mim, ocorreu-me a palavra «Digressões» . Lembrei-me dela por sempre me lembrar do início da obra Viagens na Minha Terra, pois o narrador diz-nos que vai iniciar as suas digressões à roda do seu quarto, evocando depois o trajeto da viagem de Lisboa a Santarém, e a história de Joaninha.
À medida que ia escrevendo o meu diário, já adulta, em prosa poética, constatei que as minhas digressões à volta de mim mesma, tinham algo de lírico, ainda que pouco lírico... Sempre fui demasiado silenciosa e introspetiva e triste. As minhas confissões de dor, angústia, medo, desespero estavam naquelas páginas, escritas a computador, para mais ninguém ver ou ler. Porém, num dos meus atos extremos, o meu irmão viria a lê-los e a descobrir o que tanto me torturava.
Foi em 2010 que dei por terminado este diário que iniciei em 1995. São muitos anos, dirão! Muitos mesmo. Não quero voltar àquelas páginas, que nem são muitas afinal, embora sinta o mesmo: vazio, angústia, dor, desalento.
6 comentários:
Acho que esse "diário", minha cara, transformado em crônicas ou poemas, líricos ou não, conquanto o lirismo seja algo extraordinário, tornam nossos sentimentos muito melhores ou maiores, por assim dizer. De alguma forma, o expressar-se faz-nos bem, inda que não resolva ou mesmo aplaque (um pouco sim) nossas angústias...
Grande abraço,
As recordações que não nos fazem sorrir não devem ser mexidas!
Deixa-as repousarem
Toma um beijinho.
A escita é sempre catártica, libertadora! Eu também tenho volumes de diários, montes, grandes, como se fossem livros de contabilidade em linhas. So nao estava deprimido. Mas ajudou-me muito a escrita consecutiva, embora so meus, de facto, como tu.
Tal como diz o Rodrigo, seria bonito se publicasses os excertos que entendesses que se apropriassem à prosa.
Entertanto, querida amiga Natália :) o tempo esstá a caminho da Primavera e Verão, e isso também deverá ser um estímulo e mesmo uma ajuda :)
Sabes a melhor maneira de viver com os problemaqs e mesmo sem eles? É viver CADA DIA com calma, sem pensar em amnhã ou depois, ou no aprofundamento dos sintomas, ou quando será que isto me larga ou... porque assim nao geramos ansiedade e a coisa corre melhor. Quando racionalziamos as coisas, o pensamento como precede a emoção, ajuda imenso! É como ao domingo à noite a pessoa ja nao se sentir como no sabado à tarde porque sabe que dia seguinte vai trabalhar e vem aí uma semana inteira...
Por isso, querida amiga, keep going no teu dia a dia, ciente de que a paciência é o primeiro requisito em qualquer processo de cura, de tratamento, e mesmo de cronicidade.
Desejo-te um dia brilhante de sol, tao unido a ti e tao por dentro do que dizes...
beijinho grande, amiga :)
Olá Rodrigo,
de facto, escrever ajuda a libertar-nos do que nos oprime, ainda que nada resolva. Faz apenas bem, como dizes.
Obrigada
Olá,
Concordo plenamente com o que diz acerca das recordações que nos fazem mal.
Obrigada pelas suas palavras
Meu caro Daniel,
Procuro viver cada dia sem pensar muito, porém há momentos em que certas memórias voltam, sobretudo nas minhas recaídas... e estou numa delas.
Com o tempo tudo passa ou adormece em mim e vivo melhor, mas não na primavera que é sempre crítica. Mas logo depois vem o verão e tudo muda.
Obrigada meu amigo por me leres :) e pelos teus conselhos ;-)
Beijinhos
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