sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Infância

Sabes
ainda rego as rosas odoríferas
inventadas a cada gesto preciso
no jardim
que era secreto e só nosso

Ainda as olho, toco e trato com paciência
como me ensinaste
e acarinho-as
com o mesmo olhar
cândido e ingénuo

Nesses momentos
roubados criteriosamente a qualquer relógio
volto a ser a criança
feliz
que brinca sob o teu mar e céu

Ainda oiço o timbre da tua voz
nas suas pétalas-veludo
porque os zéfiros ma sussurram
nesta hora
que se transformou num agora
sempre sem ti


1 comentário:

nas asas de um anjo disse...

um "sempre sem ti" mas q se tornou...eternidade!
bjs