Foto de Fernando Cardoso
***
*******
Adolfo Correia da Rocha nasceu em S. Martinho da Anta, Vila Real, Trás-os-Montes. Teve uma vida difícil, plena e longa. Tal como merecia!
Licenciou-se em medicina, em Coimbra e além de médico, foi também escritor. Assinava as suas obras com um pseudónimo: Miguel Torga.
Licenciou-se em medicina, em Coimbra e além de médico, foi também escritor. Assinava as suas obras com um pseudónimo: Miguel Torga.
Se ainda estivesse entre nós teria mais de cem anos. Todavia apesar de não estar mais connosco, está-o cada vez mais. De tantas formas! Porque o evocamos tantas vezes!
Há homens assim! Estão connosco sempre, ainda que não fisicamente. Deixam-nos as suas palavras, o seu mundo interior, a sua essência. E, como sabem, a essência permanece além do que um dia fomos. Atravessa a implacável intolerância do esquecimento. Fica o sublime, aquilo que eles foram até à vertigem!
Adolfo Correia da Rocha ou Miguel Torga, o escritor, aparece-nos sempre que lho permitimos. Infinitas vezes… nas suas palavras poéticas, que nasceram dos encontros com a sua sensibilidade, com o seu sentir pleno, artisticamente. Mesmo que, por vezes, esse nascimento-renascimento tenha sido mais ou menos penoso.
Miguel Torga era um perfeccionista: procurava a palavra perfeita e sofria se não a encontrava! «Um poema, Senhor!», implorava, por vezes, como se este não aparecesse, como se se tivessem gasto as palavras ou perdido no eco que as fragas teimavam em repetir. Mas não. Ele soube colhê-las e torná-las em frutos perfeitos. Na verdade, há sempre, um «Tempo de Poesia», único, inigualável, como nos diz outro poeta de que gosto, António Gedeão.
Há homens assim! Estão connosco sempre, ainda que não fisicamente. Deixam-nos as suas palavras, o seu mundo interior, a sua essência. E, como sabem, a essência permanece além do que um dia fomos. Atravessa a implacável intolerância do esquecimento. Fica o sublime, aquilo que eles foram até à vertigem!
Adolfo Correia da Rocha ou Miguel Torga, o escritor, aparece-nos sempre que lho permitimos. Infinitas vezes… nas suas palavras poéticas, que nasceram dos encontros com a sua sensibilidade, com o seu sentir pleno, artisticamente. Mesmo que, por vezes, esse nascimento-renascimento tenha sido mais ou menos penoso.
Miguel Torga era um perfeccionista: procurava a palavra perfeita e sofria se não a encontrava! «Um poema, Senhor!», implorava, por vezes, como se este não aparecesse, como se se tivessem gasto as palavras ou perdido no eco que as fragas teimavam em repetir. Mas não. Ele soube colhê-las e torná-las em frutos perfeitos. Na verdade, há sempre, um «Tempo de Poesia», único, inigualável, como nos diz outro poeta de que gosto, António Gedeão.
Noutros momentos, o coração também teve de se pronunciar. Não é bom calá-lo, porquanto muito do que somos e queremos está «realmente no coração». Não importa quem, nem o quê, pode ser claridade ou um sentimento nocturno. Pode ser até que seja «Uma emoção pequenina/ [que] me vem do lado de lá», num regresso às origens.
Miguel Torga é Trás-os-Montes. O mundo da grandeza do norte, da plenitude telúrica, do anúncio da sua humanidade. Miguel Torga, despido de preconceitos, mostrou-se no amor, na tristeza, na dor, na ausência, na busca da liberdade e da justiça pelo ser humano! E, por isso, o eu chorou. São poucos os que sabem e compreendem esta aparição do sofrimento do outro a este eu atento. Talvez, porque lhes seja difícil ou mais fácil ignorá-lo. É que amar «sem tréguas» é provavelmente de mais. É pedir muito.
Se os homens se derem uma oportunidade, inevitavelmente encontrarão o seu reino para além das fragas, para que nada nem ninguém possa ter razão sobre eles. Só assim os homens podem ser maiores que tudo, reinventando-se, a cada palavra, ao sabor desta voz que, de forma miraculosa, ainda nos permite encontrar a nossa «Pedra Filosofal» (poema de António Gedeão), ou quem sabe no «Surdo murmúrio do rio» Douro ou de qualquer outro caminho!
O existencialista Vergílio Ferreira apresenta uma certeza inabalável: a morte não tem razão contra a vida. Não, de facto, não tem. Adolfo Correia da Rocha/Miguel Torga ilumina o mundo, fá-lo reaparecer e deslumbra-nos sempre – em absoluto.
Miguel Torga é Trás-os-Montes. O mundo da grandeza do norte, da plenitude telúrica, do anúncio da sua humanidade. Miguel Torga, despido de preconceitos, mostrou-se no amor, na tristeza, na dor, na ausência, na busca da liberdade e da justiça pelo ser humano! E, por isso, o eu chorou. São poucos os que sabem e compreendem esta aparição do sofrimento do outro a este eu atento. Talvez, porque lhes seja difícil ou mais fácil ignorá-lo. É que amar «sem tréguas» é provavelmente de mais. É pedir muito.
Se os homens se derem uma oportunidade, inevitavelmente encontrarão o seu reino para além das fragas, para que nada nem ninguém possa ter razão sobre eles. Só assim os homens podem ser maiores que tudo, reinventando-se, a cada palavra, ao sabor desta voz que, de forma miraculosa, ainda nos permite encontrar a nossa «Pedra Filosofal» (poema de António Gedeão), ou quem sabe no «Surdo murmúrio do rio» Douro ou de qualquer outro caminho!
O existencialista Vergílio Ferreira apresenta uma certeza inabalável: a morte não tem razão contra a vida. Não, de facto, não tem. Adolfo Correia da Rocha/Miguel Torga ilumina o mundo, fá-lo reaparecer e deslumbra-nos sempre – em absoluto.
1 comentário:
De Torga faço sempre a associação a Coimbra onde fiz o serviço militar, e ao ver esta estátua estou a ver a fonte de inspiração que não será uma visita ao Parque dos Poetas...
Bjs
Enviar um comentário