quinta-feira, 26 de maio de 2011

Marvão


Foto de FNando

*******
A casa senhorial estava abandonada. Que pena sentimos. Desejámos que fosse nossa para a reabilitarmos e nela vivermos um dia.
A janela é de uma riqueza arquitetónica e histórica ímpar. Gosto de janelas. Fico sempre a imaginar o que se passa para lá dela ou o que se terá passado. Invento histórias que nem sempre escrevo. Fico com elas nos meus sonhos como se fosse, de novo, menina.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Realidade


Foto de F Nando

*******

Realidade. A realidade pura, dura e aguda dói. Dói ainda mais se esta realidade for administrada sem anestesia. Ela cai-nos em cima sem pré-aviso e de forma impiedosa.
Realidade. A realidade pura, doce e terna não dói. É administrada sem anestesia mas desejada e sonhada. Ela chega também sem pré-aviso e tenuemente com sabor a felicidade.


terça-feira, 17 de maio de 2011

Nós por cá...

Foto de F Nando

***

O mundo em que vivemos deveria ser idêntico a um puzzle. Peça a peça construir-se-iam culturas. civilizações, políticas, filosofias. Surgiriam Homens isentos para representar e defender os direitos dos seus pares. Exerceriam cargos influentes mas sem serem ditadores, a democracia seria o lema principal de todos estes povos.
Ao contrário disso, o que é que temos? Homens no poder que são uns verdadeiros néscios, incapazes de proteger os seus pares. Sim, pares, pois são cidadãos e cidadãs como eles. A Comunidade Europeia parece afastar-se da ideologia com que nasceu. Onde está a união? Será que chegou realmente a existir!? Creio que não! Sempre houve os parentes pobres da Comunidade: Grécia, Itália e, claro, Portugal.
Ontem ou no dia anterior a Comunidade sofreu um duro golpe. O seu presidente parece ter-se envolvido num escândalo sexual. Há quem acredite numa teoria da conspiração, todavia não me parece. Houve outro escândalo sexual.
Nós por cá também estamos bem governados! A Troika impôs medidas duras de austeridade para emprestar 78 (?) milhões de euros ao Estado, que somos todos nós. Vai-nos sair caro. Tal como a pré-campanha e campanha dos diferentes partidos, cujos dirigentes me parecem tudo menos capazes de nos salvar da bancarrota e da nossa perda total de liberdade. Preferem denegrir as imagens uns dos outros, em vez de explicarem os seus programas para a governação.
Podemos votar no dia 5 de Junho, porém quem ganhar as eleições vai, qual servo da Troika, dificultar e tirar direitos aos que vão pagar a crise.
Nós por cá estamos a perder a nossa independência para a Troika e o estado democrático que tanto custou a conquistar! Haverá mais assaltos a Portugal? Houve outros ao longo da nossa longa História. Não chegam?
Queremos continuar sempre assim? Teremos de continuar a emigrar como nos anos 60? Desta vez não será para a Europa, espero. Conheço casos de emigração para as Américas e para Angola e são casos de sucesso.
O mundo é um quebra-cabeças difícil de governar especialmente quando o puzzle tem muitas e muitas peças!!!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Deixa-me...

Foto de FNando

***

Deixa-me aninhar-me no teu colo
e sentir o bater do teu coração
e o calor do teu corpo
e o beijo ainda imaginado
mas tão desejado

Deixa-me sentir o teu abraço
e o carinho, a ternura doce
e a segurança que nunca antes senti
mas que quis de mais

Deixa-me saber-te e ler-te
e inebriar-me nessas leituras
e sentir-te longamente
e nos momentos rápidos sermos Um
mas sempre intensamente

Deixa-me voar contigo
ao sabor do vento e do sol
e seguir os astros
e inventar outros momentos de luz
e de luar nas asas do real

Abraça-me, sim abraça-me e beija-me
Não me deixes nunca
que nunca é eternidade
Beija-me os pés, as mãos, a boca
e todo o meu corpo feito de incêndio
por esperar por ti
Não sei o que quero nem o que não quero. Se fico dentro de quatro paredes morro-me de solidão e infelicidade. Se saio sinto uma angústia gigantesca a consumir-me. O exterior sabe-me a ameaça e no entanto ... queria sair de onde me encontro.
Queria poder viajar. Voltar sobretudo a Paris ou a Barcelona ou a Londres ou ir até mais longe. Ir até Manaus, capital da Amazónia, onde o meu irmão trabalha. Contudo, sinto-me doente, sem forças para nada e com medo.
Queria acreditar em algo, ter objectivos e voltar a ser quem já fui mas sem estes receios todos...