sábado, 23 de julho de 2011

Sonhos de Criatividade aos Pedacinhos com um toque de Originalidade


Foto de F Nando

Realização. Sonhos que se concretizam. Esperança. Felicidade. Estas são as palavras, as ideias, os sentimentos que me ocorrem quando olho para esta fotografia.
Comecei a escrever as minhas primeiras quadras na primária. Foi também aí que escrevi os meus primeiros textos narrativos. No segundo e terceiro ciclos continuei a escrever. Sempre gostei das aulas de Língua Portuguesa. Apesar da minha timidez, gostava de ler os textos em voz alta. Era expressiva e a dicção perfeita. Os textos que escrevia, as chamadas composições, eram lidos por mim, a pedido dos professores, ou lidos por eles. Elogiavam a criatividade e as palavras eruditas que utilizava nos meus textos. Na verdade, sempre li muito e sonhar de mais!
No secundário, como a escrita destes textos quase não existia, escrevia para mim mesma. Escrevi poemas, cartas, descrições de espaços e de emoções. Enchi cadernos e blocos com esses textos. Facto que continuou na faculdade. Contudo, só os amigos tinham acesso a essa parte de mim.
Com o passar dos anos, já mulher, mais madura, ganhei o primeiro prémio de poesia. Depois decidi-me a participar numa coletânea de poesia (há qualquer coisa, Editorial Minerva). A apresentação do livro foi no Palácio Galveias, em Lisboa. A apresentação foi feita por Ângelo Rodrigues. Os outros autores também estavam presentes. Antes da sessão ter início, deram-me uma centena de exemplares. Senti um cocktail de emoções: ansiedade, nervosismo, felicidade, orgulho, realização.
Anos se passaram e decidi-me a editar uma aventura infanto-juvenil. A apresentação no Fórum Cultural de Alcochete não podia ter corrido melhor. Estiveram presentes amigos, familiares, colegas de trabalho. A apresentação ficou a cargo do vereador da cultura da Câmara de Alcochete, do amigo dinamarquês Niels Fisher, também discursei assim como a minha amiga e ilustradora, Fernanda Azevedo. Neste dia senti-me como uma verdadeira escritora. A falar com os convidados, a vender os livros, a dar autógrafos. Senti orgulho. Estava a realizar um sonho!
Há dois anos participei noutra coletânea. Desta vez os meus textos cruzaram o Oceano Atlântico e foram publicados no Brasil, pela Editora Novitas. Outra fase. Outros textos em prosa e poesia. Recebi os meus exemplares via Correios de Portugal.
Este mês revi o segundo volume da minha coleção infanto-juvenil. Desta vez vou ser mais insistente junto das editoras. Sei que esta aventura é mais empolgante e cheia de de mistério do que a primeira.
Os meus sonhos de criança vão-se realizando aos poucos. Ainda quero ser escritora!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mensagem


Meus queridos Amigos

Hoje é o Dia do Amigo e não poderia deixar passar esta data sem escrever umas palavrinhas. Não sou muito de datas comemorativas, vocês sabem, porém abro aqui uma excepção para vos dizer o que sabem que sinto por todos vós.
Onde quer que estejamos, longe ou perto, sei que estamos no pensamento e na memória dos momentos partilhados, bons ou maus.
Que seria esta passagem feita de altos e baixos, momentos plenos e vazios, sem a felicidade de vos ter no meu coração? Sois seres de luz que me ajudam a encontrar o caminho. Sois anjos que me protegem sobretudo de mim mesma. Sois o meu refúgio para onde corro sempre que consigo pedir ajuda.
Os nossos caminhos cruzaram-se. Os laços entre nós fortaleceram-se. Crescemos uns com os outros em diferentes momentos da vida uns dos outros. Estamos juntos. SEMPRE!

Amo-vos de todo o coração.


terça-feira, 12 de julho de 2011

Vamos?


Vamos? - perguntei-te sorridente e com ar malicioso.
Onde? - quiseste saber.
Vamos? Vamos? Queres ir?
Onde? Se não me disseres onde vamos, não te posso responder. - disseste olhando-me fixamente com esse teu olhar maroto e traquina. - Tenho a certeza que estás a preparar uma marotice. Conheço-te bem.
Hum... Claro que não.
Sei que sim. Mas diz-me onde é que vamos? Onde queres ir?
Pergunta-me antes onde te quero levar.
Dá-me um beijo. - pediste com meiguice, acariciando-me o rosto.
Beijámo-nos várias vezes na boca e abraçámo-nos com ternura porque estávamos em pé. Como gostávamos desses mimos!
Então, já me podes dizer?
Entreguei-te um envelope bem colado que tiveste de rasgar com cuidado, para encontrares bem dobrado dois bilhetes de avião para Paris.
Disse-te que havíamos de ir um dia não disse? Parabéns Amor.
Amo-te! - disseste beijando-me e abraçando-me de novo.

*******

Nota: Foto de Natália Augusto, 2007

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Segredos de Lisboa

Visitar Saramago

Há algumas semanas que visitei o local onde foram depositadas parte das cinzas de José Saramago e a oliveira trazida de Azinhaga, sua terra natal.
Estava um dia poeticamenticamente solar, sem estar demasiado calor. Corria uma ligeira brisa que fazia balançar ligeiramente os ramos da oliveira.
Várias pessoas que por ali passeavam, paravam e observavam a árvore e as inscrições no chão. Algumas reconheciam logo do que se tratava, porém outras ignoravam completamente quem ali jazia. A homenagem ao nobel português da literatura nada lhes dizia.
Fiquei triste. Triste com a ignorância de certos portugueses, já que os estrangeiros que por ali andavam, procuravam mesmo esse lugar. Sabiam e conheciam a obra e as celebrações fúnebres realizadas.
Mais triste fiquei. Por isso considerei que a sua ida para Lanzarote tinha sido o melhor que tinha feito. Além disso, fora lá que tinha sido muito feliz com Pilar, o grande Amor da sua vida.
Quando o lugar ficou vazio, observei melhor a oliveira. No chão dormiam flores murchase outras viçosas, num dos ramos da oliveira havia um bilhete escrito, li-o e achei as palavras apropriadas, li também as placas escritas no chão. Uma tinha a data de nascimento e morte de José Saramago; a outra, uma das frases que antecedem o romance Memorial do Convento.
Quando me sentei no banco que ali colocaram pensei nessas palavras inscritas no chão «Mas não subiu para o céu, se à terra pertencia». Teria José Saramago pedido a Pilar para colocar essa inscrição no solo português, por ser isso o que ele pensava do ser humano e da morte? José Saramago não me elucidou. Nem eu fiz mais perguntas. Fiquei docemente silenciosa e na expectativa. Sentia que algo mais iria acontecer!
Enquanto os segundos de espera se escoavam no tempo, Saramago veio e segredou-me: «Por que esperas ? Não me encontrarás mais aqui! Estou em toda a minha obra!». «Eu sei. - respondi em voz baixa. - Mas agora está aqui, em Lisboa, ao pé de uma das suas muitas leitoras.» José Saramago anuiu e despediu-se dizendo «É uma das minhas mais fiéis leitoras. Fico grato.» E partiu. Nem tive tempo de me despedir...
Mantive-me quieta, com o coração cheio e feliz com esta conversa que ficaria para sempre em segredo. Era preferível que Saramago fosse meu e de todos, aqui, na Terra.
*******

Participação do mês de Julho de 2011 para a Fábrica de Letras

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Mural da Felicidade" II

Mais que um sentimento, a felicidade é um estado de alma que, por muito que se deseje prolongá-lo no tempo, surge aos pedacinhos dando, assim, origem a um "Mural de Felicidade"!
Esse sentimento tão desejado pelo ser humano tem sabor de sorrisos, olhos de apaixonado, momentos de alegria ... e tudo o mais.

A felicidade expressa-se de mil e uma formas ou mesmo de forma ilimitada e, por vezes, de forma inesperada. É um estado de euforia, alegria, bem estar, sonho, encantamento .
"O que é a felicidade?" É um amigo que está perto e nos faz sorrir quando só nos apetece chorar. É partir para uma viagem há muito pensada, porém só mais tarde realizada. É sair com os amigos para comemorar um aniversário. É ter uma cadelinha fofinha que nos segue para todo o lado! É amarmos e sermos amados pois o amor é um dos sentimentos que todos pro c uram e "
dizê-lo a toda a gente". É escrever um livro, publicá-lo e fazer a apresentação pública em vários locais.
É também partilhar a felicidade com estranhos colocando o que nos faz felizes num Mural comum. As fotografias são testemunhos de momentos e pessoas que contribuem para a felicidade de cada um.
O belo traduz felicidade; as viagens, a aprendizagem de novas línguas e o conhecimento do nosso mundo traz felicidade; as palavras de amor, melífluas, ternas enchem os corações seres humanos de alegr
ia; um sor
riso sincero ou um riso contagiante que se propaga aos outros é um dos melhores momentos
de alegria e partilha. Esta lista é interminável porquanto a felicidade é vivida e sentida de maneiras diferentes.
A felicidade é gramaticalmente um substantivo abtrato, subjectivo, um estado. Para o ser humano essa abtração não existe. Felicidade é felicidade e sente-se. E partilha-se... ou talvez
não!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

«Mural da Felicidade" I

Foto de F Nando
*******
No dia 2 de Julho aconteceu a segunda edição do "Wallpeople". Este evento que envolve os amantes da fotografia foi trazido para Lisboa por uma jovem que residiu em Barcelona e onde
se deparou com este encontro da arte da fotografia. Daí a pensar dinamizar esta ação foi um passo.
O lugar escolhido no ano passado foi o largo de São Carlos, um lugar por si só mágico, encantador e cultural. Este ano o local teve menos visibilidade. Decorreu na Travessa do Cotovelo, não muito longe do Cais do Sodré, das dezassete às dezanove horas.
Ainda assim o "Wallpeople" foi sendo criado a pouco e pouco. Fotógrafos amadores, na sua maioria, e profissionais aproximavam-se do muro de onde nasceria um mural colectivo.
Se no início só surgiam no muro o logotipo "Wallpeople" e a questão temática "O que é a felicidade?", o mural foi sendo composto aos poucos. Do centro para as laterais. Primeiro cresceu a da esquerda e depois a da direita. Os intrépidos, subiram a um escadote, e os mais altos fizeram o mural crescer para cima. As fotos também foram descendo harmoniosamente.
Os participantes colavam as suas fotos na parede ocre com satisfação. As mãos mexiam-se com frenesim para colocar o bostik nas muitas fotografias que tinham nas mãos.
A organização ia orientando os participantes que se afastam das regras: deviam colar as fotos não muito longe umas das outras, não deixar espaços vazios, afastarem-se no final para tirarem fotos ao mural.
Depois da exposição do mural, desconstruiu-se. Cada participante pôde levar as suas fotos ou as fotos de outros participantes, para depois trocar impressões. Ora isso só seria possível se atrás da foto estivesse o e-mail do seu autor. A verdade é que a maioria tinha tido em atenção esse requisito.
Foi uma parte da tarde de Verão muito agradável. Ouviram-se comentários, histórias das fotos, tiraram-se fotos das fotos, do mural da felicidade, dos que fotografavam, dos que davam entrevistas.
Neste ano de 2011 o evento decorreu em simultâneo em diferentes cidades: Barcelona, Lisboa, Porto, Santiago, Cidade do México, São Paulo, Madrid, Bratislava, Bogotá, Bilbao, Istambul, Palma de Maiorca, Berlim, Roma, Valencia, Budapeste, Sevilha, Rio de Janeiro, Amesterdão, San Juan. Em suma, o evento decorreu em vinte cidades.
É preciso tão pouco para sermos os artíficies da felicidade comum e partilhá-la!