quinta-feira, 24 de julho de 2008

João Barbosa: um poeta na escola



João Lopes Barbosa é docente de Ciências Físico-Químicas do 3.º Ciclo, na Escola EB 2,3 El-Rei D. Manuel I. A maioria dos seus colegas e alunos desconhecem que este professor de ciências é um poeta, com uma crescente obra publicada na editora “Apenas Livros”.
João L. Barbosa começou a escrever poemas era então uma criança. Porém, o rapaz que estabeleceu a relação com o mundo através da poesia, optaria pelo ensino das ciências. Com efeito, João L. Barbosa consegue conciliar na perfeição a sua paixão pela poesia e pelas ciências, tal como Adolfo Correia da Rocha (Miguel Torga), Rómulo de Carvalho (António Gedeão), António Lobo Antunes e tantos outros autores portugueses.
Cedo escreveu poemas, letras para canções e ganhou alguns prémios literários. Ninfa (2004), Eros (2005), Tejo (2005), O Movimento do Pêndulo (2007) são alguns dos títulos da sua obra poética. Recentemente, alguns dos poemas do seu livro de cordel Tejo (2005) foram traduzidos para asturiano (uma das línguas faladas em Espanha). Tal facto foi noticiado na imprensa, mais precisamente no LLetres do diário La Voz de Asturias, Oviedo.
No presente ano, Abril de 2008, publica Memória da Terra, uma colectânea de poemas dedicados a sua mãe. São poemas de uma intensidade dramática e de um sentir pleno. Aí estão as suas raízes, as suas memórias, a sua essência, a sua grandeza poética, o homem, a sua ligação telúrica com o universo.
Dessa colectânea deixo-vos um poema que de tão simples é de uma grande força e beleza inigualável.

nasci

nessa manhã de Dezembro
à lareira

o corpo, a dor,
a liturgia da luz

tudo
foi de ti

fui de ti
mãe!

João L. Barbosa é um professor atento, dedicado e ciente das suas responsabilidades na formação dos jovens na área científica, não descurando nunca a vertente experimental da ciência! Quem com ele convive de perto, descobre o seu apurado sentido estético e a sua sensibilidade intrínseca.
João L. Barbosa é um homem criativo, crítico, mas discreto e modesto. Só alguns dos amigos próximos conhecem esta vertente, porquanto só com eles consiga partilhar essa sua paixão.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Terça-feira, 11 de Serembro de 2007

Não sabemos nunca onde as palavras nos levarão. Primeiro são palavras. Palavras a vogar na nossa mente à espera que as deixem ser ideias. Umas são boas, outras más, porém belas quando transformadas em histórias que dizem o que somos e sentimos.
Quem não procura a palavra certa e honesta? A palavra pura e cristalina? A palavra de se ser aqui, agora, até um dia?
As histórias existem silenciosas, mudas, persistentes, que não nos abandonam nunca! Deixamo-las ao abandono, desamparadas até um dia. Depois damos-lhes vida e permitimos que nasçam.
As palavras que escrevi outrora foram telas de poesia. As palavras que escrevi há pouco tempo são narrativas de magia e encantamento. Uma dessas narrativas está reproduzida em dois mil e dez exemplares. Aguardam, num espaço do escritório, pelo encontro solar com os leitores, o que acontecerá muito em breve.
O cheiro a papel, tinta, cola, impressão recém-aparecida inundam o espaço.
Esta aparição de tão concreta unge-me de felicidade. Mas por quanto tempo?

12 de Junho de 2007


Há momentos em que me supero. São poucos, bem sei.

São aqueles em que uso a palavra escrita. Elas, as palavras, dizem-me por inteiro: o que sou, sinto, sei, imagino, sonho, quero, desejo e penso. Que importa tudo o resto? Nada.

Nunca me peçam para calar tudo isso. Seria matar o que há de mais nobre em mim…

terça-feira, 15 de julho de 2008

Liberdade


Há dias em que me afasto de todos e opto por um passeio solitário. Há nesses momentos um grande desejo de isolamento, quase como se me fosse insuportável estar no local onde me encontrava.
Vagueio pelas ruas sentido a brisa e o sol no rosto. Deixo também que os pensamentos corram velozes, porque não quero aprisioná-los.
Observo atenta o que me cerca e sei que nada será igual no momento seguinte. Nem eu mesma, que sou a inconstância em pessoa!