sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Aos meus amigos


Hoje,

Quero apenas desejar-te um bom dia.

Quero que recebas agora um sorriso meu, ainda que invisível a teus olhos.

Quero deixar de dizer o que te possa magoar.

Quero calar-me para te ouvir melhor.

Quero pedir-te que esqueças os meus muitos defeitos.

Quero também pedir-te desculpa pelas lágrimas que não soube ocultar.

Além disso, quero que saibas que me vejo no teu amanhã,

Porque te guardo no meu coração e nos meus pensamentos.



Nathalie


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A meu pai

O piano de Chopin
interpreta
melodias que são o anúncio
da harmonia
cósmica


Nessas horas lentas
de notas sensíveis
soçobram
vozes silenciosas
de seres
maiores do que nós
que andam invisíveis
ao nosso lado


Pedem-nos
que tenhamos os olhos
de sol e lua
e que caminhemos a seu lado
com o Indizível
no nosso olhar




quarta-feira, 17 de setembro de 2008

In no distant sea



To be back isn't bad after all. There is always something new to discover and something pleasant to remember. No matter what.
I feel i'm returning home. And that is, indeed, difficult to understand or describe because i don't live in Alcochete. I simply work there!
The fact is, i' m happy to work in such a lovely, quiet and melodious village as Alcochete. It is, probably, one of the most remarkable, poetic and impressive places not far from Lisbon.
It's so easy to imagine possible tales of mystery and travels... adventures far and away, in no distant sea. I have in me its sounds: the song of waves and wind, the voices of sea-gulls, the enchanted murmur from the shore.
This is a village where i would wander if i might from dewy morning to dewy night, and have no one with me wandering.

Auxerre


Nas manhãs brancas de Inverno
descias
as escadarias que davam acesso ao pátio
interior
do liceu Jacques Amyot.

Inalavas a longos tragos
o ar gélido.
Fixavas o olhar esplêndido
nas copas frondosas das árvores
que te traziam reminiscências de ouro.

Depois, caminhavas
em direcção à salinha de música
onde entre adágios, allegros e nocturnos
compunhas as melodias do sentir.

Outras vezes, visitavas Marie Noel
e, num mudo diálogo,
ouvias-lhe os seus poemas,
que ecoavam ainda
quando entravas
tranquila
na catedral Saint-Etienne.

Mas o que mais te fascinava
era saberes-te tão grande e inteira
numa cidade estranha
onde o acaso te deixara ir.










quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Essência




Sei de um reino... Um reino maravilhoso! É um reino real e honesto! É um daqueles reinos em que os habitantes conhecem a sua verdadeira essência, ainda que os existencialistas defendam que a essência precede a existência.
Existir pode ser a primeira instância, todavia a mais importante é o SER. Porquanto SER é a individualidade e o sentir de cada um, único e irrepetível...
Por mais questões que nos coloquemos, o mais honesto é sermos justos connosco e com os que cruzam o nosso caminho, fazermos parte do universo pessoal de cada um, sem constrangimento ou falsas aparências, criar laços e reconhecer no outro uma pequena centelha de nós mesmos. Porque somos agora - sobretudo agora , felizes desconhecedores do ainda por acontecer - criação, sonho, realidade e emoção.