quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Literatura é liberdade


Saramago. Novo livro. Controvérsia.
A literatura existe para nos deleitar e para nos fazer pensar, independentemente de temas e polémicas.
Esta última obra de Saramago, que saiu há pouco tempo do prelo, já deu direito a uma série de abordagens mais ou menos consensuais. Para muitos a Bíblia é um livro intocável e o que a propósito dela se escrever ou disser uma autêntica blasfémia. A Igreja e outras figuras públicas portuguesas pensam dessa forma. Se ainda houvesse o Santo Ofício, Saramago seria queimado na fogueira. Não duvido nada!
Ora, para quem escreve sobre um episódio da Bíblia é porque não só a conhece bem, como também a vê como fonte de inspiração. É porque também a considera um longo texto literário prenhe de alegorias que permitem outras leituras. Nesta obra temos a leitura de Saramago sobre os irmãos Caim e Abel. Ambos filhos de Adão e Eva. Ambos servidores de Deus... Não me vou adiantar mais sobre este episódio bíblico, nem sobre Caim de Saramago. Seria tirar-lhe todo o encanto e mistério.
Para finalizar direi apenas que literatura é liberdade e que o escritor, seja Saramago ou outro, são livres de escrever sobre o que lhe aprouver, independentemente de credos religiosos, sistemas políticos ou opiniões demagógicas.

5 comentários:

Teresa Diniz disse...

Concordo plenamente contigo: a criação tem de ser livre. Saramago é livre de escrever o que lhe aprouver e nós somos livres de gostar ou não, de o criticar, de o desprezar até.
Ainda não li o livro, apenas alguns excertos na "Visão", que me pareceram um nadinha superficiais e demagógicos, mas reservo a minha opinião para depois.
Só tenho de felicitar o Saramago por ter nascido num país católico, que soube evoluir; num país muçulmano já estaria condenado à morte.
Bjs

aapayés disse...

Un placer conocer tu blog. Acogedor, te sigo para poder visitarte con mas frecuencia..


Un abrazo
Con mis Saludos fraternos de siempre..

Que disfrutes de un buen fin de semana..

Ana Paula Motta disse...

Concordo com a Teresa, tivesse nascido num país muçulmano seria um novo Salman Rushdie. Acho que tem a liberdade de escrever o que quer e como pensa e nós o direito de discordar a achar que é mais uma polémica criada para dar uma alavancada nas vendas, em que pese ser ele um ganhador do Nobel.

Natália Augusto disse...

Olá,

Obrigada pela vossa visita e pelos vossos comentários.
Confesso que gosto de Saramago, mas considero também que esta polémicaera desnecessária. Caim é pura ficção ainda que baseado num episódio da Bíblia, todavia nada comparável ao fôlego e beleza de outros romances. Está a léguas de distância de A Viagem do Elefante.

Adolfo Payés espreitei o teu blogue, mas tenho de o visitar com mais atenção. Agradeço as tuas palavras.

Bom Domingo

F Nando disse...

A escrita é a transposição do pensamento como tal é um exercicio de liberdade.
Troca de ideias é sempre complicado quando se trata da igreja - as posições tendem a radicalizar - ela é sempre dona da razão.
Em nome de quê e de quem se matou milhares de "infieis".
Bem não me alongo mais mas só gostava de deixar uma ultima questão:
Qual tem sido a contribuição do Vaticano quando há catástrofes naturais ou para países onde se morre á fome?