F Nando
***
Emilie retomou a sua rotina. No regresso ao trabalho, tudo estava na mesma. Os colegas mostraram-se curiosos em relação à viagem a Itália, porém a conversa ficou adiada para o almoço. E que almoço divertido foi aquele!
Certa noite, já em casa esticada no sofá a ver televisão, Faby telefonou. Devia ter novidades, pois só costumava ligar quando tinha algo novo para dizer. Ficou surpreendida com o que ela lhe contou. Depois do regresso de Itália, Napoleon tinha vindo passar uns tempos em casa dela. Continuavam a sentir-se atraídos um pelo outro, a bem da verdade sentiam mais do que atração, porque ele lhe tinha proposto para viverem juntos em Itália.
- Tens a certeza? - perguntou Emilie. - Não estás a arriscar de mais?
- Tenho a certeza, amiga.
- Pode ser um risco muito grande.
- Tudo é um risco e o que eu quero é não me arrepender um dia por ter tido receio de não ter vivido uma paixão.
- E o emprego? O apartamento? Os teus pais?
- Se um dia regressar arranjarei outro. Alugo o apartamento. Os meus pais querem a minha felicidade. E tu, Emilie, que me desejas?
- Também desejo que sejas feliz. Se é isso que queres, vai.
- Assim tens uma boa desculpa para me visitares.
- Não precisas de me convencer, Faby. Quando vais?
- Amanhã!
- Já? Isso é que é pressa.
- Não vale a pena adiar o inevitável.
- Claro. Boa viagem, amiga. Dá notícias.
- Obrigada. Claro que darei notícias!
E Faby desligou. Emilie estava surpreendidíssima. Nunca imaginara que a amiga tinha tomado uma decisão tão impensada. Mas Faby era mesmo assim: mais coração que razão. Já ela era o contrário.
Uma tristeza inesperada tomou conta dela, desligou o televisor e foi para a cama. No dia seguinte já não sentiria essa sensação.
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