sexta-feira, 31 de agosto de 2012

XXIV Naquele dia...

Paris
F Nando
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Emilie chegou a casa exausta e apreensiva. Dera as rosas amarelas à secretária. Ainda tinha o envelope fechado e receava o que ia encontrar. É que ultimamente muitos acontecimentos inusitados lhe tinham acontecido. Não saber o autor de tamanha ousadia, fazia-a sentir-se incomodada e fula. Que fizera para merecer a atenção de um lunático ou quem sabe de alguém da pior espécie?
Olhou atentamente o envelope que não tinha remetente, só destinatária. O nome dela estava completo e a caligrafia era perfeita. Abriu-o de uma vez só e no interior encontrou então uma missiva breve. "Emilie, procura um tesouro na tua bicicleta." Deambulou pela sala até se decidir a seguir a indicação. Desceu e foi ver que tesouro era aquele. Presa ao volante encontrou uma caixa. Tirou-a e abriu-a logo. Tratava-se do cadeado dos enamorados que tinha visto na ponte, com a inicial do seu nome.
Olhou em volta como que à espera que alguém a observasse, porém não viu nada de estranho. Regressou ao seu apartamento e ficou a olhar para o cadeado. Não era um cadeado qualquer. Não era aquele que tinha visto na ponte com a sua inicial. Era uma autêntica jóia. Era um cadeado de prata e strass svarowski. Ficou a observá-lo e a trocá-lo de mãos à procura de um sinal qualquer. Onde estava o cadeado de bronze, com a letra do seu nome?
Continuava boiando, isto é, sem saber se havia um ou dois loucos a pô-la de sobreaviso: quereriam ambos molestá-la ou conquistá-la? Todas as hipóteses eram possíveis. No entanto, não queria entrar em histerias. Os mistérios resolver-se-iam a seu tempo. Nada recearia! Até ali ninguém a tinha abordado ou ameaçado. E as prendas que vinha recebendo eram tudo menos ameaçadoras. 
Como Faby lhe tinha dito, até podia ser alguém conhecido que gostava dela e que queria surpreendê-la. Todas as hipóteses estavam abertas...

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