Com os passar dos dias, deste Outono de canícula, as palavras iluminadas hão-de regressar. Prosa? Poesia? Não sei. Hoje não quero saber! Hoje não sei!
São belas as rosas ainda que a sua beleza seja efémera! O poeta sabe-o... e di-lo tão bem.
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As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
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Ricardo Reis, in "Odes"
4 comentários:
Um ode ao amor...
Beijos
Que conservemos, pois, essas sensibilidades de apreciar as flores,por cá estamos em tempos também de orquídeas, belas, raras,perfumadas. Sem falar nas rosas que,a despeito de efêmeras,florescem durante praticamente todo o ano.
Como gosto de Pessoa, dos seus heterónimos, do seu alter-ego Bernardo Soares... E tudo, e tudo... pois também ele era muitos e não era ele mesmo nunca! Será? Não acredito. Mas de uma coisa tenho a certeza. Era ora nocturno, ora solar!
Querida Nathalie!
Há momentos que precisamos repousar da escrita. Depois quando ela descansar, pode renascer mesmo que não seja Primavera! E aí as flores dos versos alegrarão o jardim da poesia!
Adoro Fernando pessoa e os seus heterónimos. Tenho um carinho especial por Bernardo Soares!
Lá na escola nem temos tempo para conversar, já viste? Oh vida!!! Ando a mil!
Beijinhos*
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