sexta-feira, 4 de maio de 2012

X - Naquele dia...


Emilie nem queria acreditar no que via no seu escritório: o seu ex-marido, que depois do divórcio nunca mais ali tinha ido. Continuava atlético, elegante e muito bem vestido. Ainda assim, ele não a abalaria, nem entraria em discussões. Não havia filhos deste casamento. Emilie bem que o tentara convencê-lo do contrário, porém não conseguira.
-- Bom dia, Emilie. -- disse Eduardo.
-- O que fazes aqui? Não tens nada de vir aqui.
-- Não sejas assim. Se aqui vim era porque precisava de te falar com urgência.
-- Já falamos quando devíamos, Eduardo.
-- Trago-te uma proposta irrecusável.É uma proposta de negócios. A tua empresa vai faturar muito.
-- Imagino... -- respondeu Emilie com desdém.
-- Como és a diretora chefe tenho mesmo de falar contigo. Esqueçamos o rancor por uns instantes. Em nome deste negócio. Em nome da tua empresa onde gostas tanto de trabalhar.
Emilie calou-se por breves instantes. De seguida, pegou no telefone chamou a secretária, que vinha munida de um "lap-top".
Quando o ligou, surgiram no ecrã duas palavras garrafais: AMO-TE ÉMILIE. Perante a estupefação de Louise, Émilie pegou no "lap-top" e leu. E virou-se para Eduardo mostrando-lho:
-- Foi isto que vieste cá fazer? Para fazer troça de mim e dos sentimentos que senti por ti? És anedótico. 
Eduardo só conseguiu rir. Não ria de Emilie, mas do inusitado da situação.
-- Isso ri-te. Ri-te muito e engasga-te com o teu riso!
-- Émilie -- começou Eduardo -- não fui eu. Não fui. Acredita. Vim aqui a trabalho. Eu repito para ouvires bem: VIM A TRABALHO. A tua empresa é das melhores no âmbito da publicidade e a minha empresa precisa de uma equipa de design e marketing para fazermos o lançamento do novo automóvel Roland Garros, da Citroen. O nosso amor já morreu há muito. Deixa-te de egocentrismos.
-- Tens graça, olha que tens. Toma -- disse passando-lhe o "lap-top" -- apaga isso, por favor.
Eduardo apagou as duas palavras e o ecrã voltou ao normal.
A partir dali a reunião correu bem. Eduardo obteve o que queria. Émilie ganhou, sem esforço, um novo negócio. 
Chegou ao fim do dia cansada e feliz. Até se esqueceu dos momentos desagradáveis. Tinha-se exaltado com Eduardo, mas depois soubera recuar e aceitar que ele tinha razão.



2 comentários:

Eva Gonçalves disse...

hum... se não foi o ex-marido...quem terá sido?? :)

Natália Augusto disse...

Pois...não sei! :))