A minha mãe esteve doente e ,por isso, estive quinze dias em Chelas, uma aldeia perto de Mirandela. Quase não podia andar e custava-lhe imenso a falar. Não se sabe bem porquê foi ao Hospital e lá detetaram que tinha líquidos no pulmão direito e nas pernas. Foi na Clínica de Diálise de Mirandela que resolveram o problema e apouco e pouco voltou a poder falar e andar. Assustei-me verdadeiramente ao vê-la tão debilitada
Mas a minha mãe é uma guerreira, uma lutadora e apesar de débil conseguiu passar por mais uma fase difícil. Admiro-a muito. Há dezasseis anos que faz diálise e já apanhou alguns sustos. A família toda apanhou, porém tem conseguido sempre derrubar os obstáculos que lhe vão aparecendo.
Amo-a e admiro-a muito. É um exemplo a seguir, sem dúvida. Eu, que também tenho uma doença crónica, não sou tão corajosa nem tão lutadora. Nestes quinze dias aprendi muito com ela e o diretor clínico que esteve comigo duas vezes e que muito conversou comigo. Ambos me deram força e energia para continuar a enfrentar a minha bipolaridade. Agradeço à minha mãe e agradeço ao médico Nunes e Azevedo.
Foram duas semanas difíceis todavia reconheço que também eu saí a ganhar. Hoje sinto-me com mais força para seguir em frente e não me deixar abater pela doença. Há sempre uma luz que brilha ao fundo do túnel, há sempre uma janela que se abre quando se fecha uma porta, há muita energia em torno de nós que faz maravilhas. Eu acredito. Minha mãe também. O médico também.