quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Alquimia
Emudecemos perante a magia
de uma tela esplêndida arco-íris
antes mesmo de ter sido o assombro
numa manhã sempre e ainda a imaginar
Gestos inocentes atentos ao segredo
do sentir
clamam pela sua expressão
policroma
numa nudez mais deliciosa
Mas hoje a tela recusa vestir-se de cor
de tanto recear que a embriaguez do artista
a nimbe aladamente de sedução
de uma tela esplêndida arco-íris
antes mesmo de ter sido o assombro
numa manhã sempre e ainda a imaginar
Gestos inocentes atentos ao segredo
do sentir
clamam pela sua expressão
policroma
numa nudez mais deliciosa
Mas hoje a tela recusa vestir-se de cor
de tanto recear que a embriaguez do artista
a nimbe aladamente de sedução
domingo, 22 de fevereiro de 2009
O belo
A tempestade das cores instalou-se na tela e dela nasceram esboços simples, transparentes no dizer o sentir. Os tons inundaram de vida o atelier outrora em agonia.
A mão que os engendrou ainda vacila perante o branco ostensivo de uma folha, porém sabe que o que procura está no conjugar das ideias, imagens e tons. Procura a perfeição. Só que alguém mais sábio lhe disse que a perfeição não existe. Esta é mais uma quimera como tantas outras.
O belo, a fome do ser pelo inatingível conquistam-se a cada traço mais ou menos preciso, a cada tentativa de esboço até ao definitivo. Mas mesmo à obra-prima faltará algo.
Quem ama a arte não pode ser pretensioso, nem ambicioso, pois a essência do belo é a procura sincera do que nos habita e somos e não do que se espera vir a ser.
Auxerre (21/01/97)
A mão que os engendrou ainda vacila perante o branco ostensivo de uma folha, porém sabe que o que procura está no conjugar das ideias, imagens e tons. Procura a perfeição. Só que alguém mais sábio lhe disse que a perfeição não existe. Esta é mais uma quimera como tantas outras.
O belo, a fome do ser pelo inatingível conquistam-se a cada traço mais ou menos preciso, a cada tentativa de esboço até ao definitivo. Mas mesmo à obra-prima faltará algo.
Quem ama a arte não pode ser pretensioso, nem ambicioso, pois a essência do belo é a procura sincera do que nos habita e somos e não do que se espera vir a ser.
Auxerre (21/01/97)
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Não-ser
Sorrisos descrentes
vogam
nos lábios de rosa cetim
inesperadamente
sumidos vacilantes trémulos
de tantas vezes mudos
***
Também a luz fugiu ao rosto
níveo
consciente
da procura ingente efémera
além do aqui
***
Líquidos quentes
desenharam ainda e sempre
na página do existir
os contornos do sentir
sempre
excessivo
***
Por isso, se pressentem tanto e bem
as horas de espera
infinitas e lisas
do desejo de não-ser
vogam
nos lábios de rosa cetim
inesperadamente
sumidos vacilantes trémulos
de tantas vezes mudos
***
Também a luz fugiu ao rosto
níveo
consciente
da procura ingente efémera
além do aqui
***
Líquidos quentes
desenharam ainda e sempre
na página do existir
os contornos do sentir
sempre
excessivo
***
Por isso, se pressentem tanto e bem
as horas de espera
infinitas e lisas
do desejo de não-ser
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Paisagem interior
Ouvir o insondável do ser
sem buscar a Hora primeira
que sabe a sua revelação
é ser-se a criação de si mesmo
na lucidez nua
da sagração plena
na palavra poética
Descer ao fundo do Eu
e reencontrar a voz primordial que nos é
em vez deste estar-entre
que não nos diz
é ser-se divino
antes e depois do humano
que nem sempre revela
o SER que nos habita
em plenitude
sem buscar a Hora primeira
que sabe a sua revelação
é ser-se a criação de si mesmo
na lucidez nua
da sagração plena
na palavra poética
Descer ao fundo do Eu
e reencontrar a voz primordial que nos é
em vez deste estar-entre
que não nos diz
é ser-se divino
antes e depois do humano
que nem sempre revela
o SER que nos habita
em plenitude
domingo, 8 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
SER
Há horas assim... mágicas
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