sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A, B, C


A moment Becomes Creation

One day we watch the sun and laugh. The other the rain comes and the grey sky makes us sad.
Melancholia takes its place. I listen to Wagner and I feel autumn in my soul. The silence surrounds me... it takes me all over.
I'm freezing inside. I have no words and my thoughts are so ill that I can´t explain or know for sure where I am. I'm lost. Lost in the alphabet of feelings...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Em Manaus

 *******
Em certos dias de canícula tropical, à falta de uma praia, sabe bem aceitar o convite amigo para um churrasco à beira da piscina. Os anfitriões sorridentes, simpáticos, felizes recebem os amigos. Põem à vontade os que vão chegando aos pares ou em grupo. Servem-lhes caipirinhas, chôpes, vinhos, sumos de fruta natural. Tudo bem fresquinho. Tudo coloridamente delicioso e refrescante.
Depois todos se trocam nos balneários e mergulham na grande piscina azul. A alegria espalha-se. Há bolas atiradas pelo ar, jogos disputadíssimos sem qualquer ponta de competição. Divertimento e frescura são as palavras de ordem. Outra palavra de ordem é comer. Bem e de mais para alguns, europeus, pouco habituados a estas horas infindáveis de degustação...
Nacos de carne de vaca tenra são colocados nos grelhadores. Hum! que cheiro delicioso! Assam-se também salsichas,  rodelas de abacaxi. Há sobre a mesa um panelão com feijoada brasileira, mandioca para acompanhar. É a carne que não pára nunca de sair da brasa, sempre suculenta e que se derrete na boca como manteiga. Mais caipirinhas a acompanhar, pois a maioria parece inclinada para esta bebida. Só os que não bebem bebidas alcoolicas preferem os sumos de fruto, ainda que poucos. Sucedem-se as sobremesas. São tantas e tão difíceis de escolher!
O dia avança. Dança-se ao som do samba e de outras modinhas brasileiras. Por descuido intencional há pares que caem na água, outros são empurrados e todos dão gargalhadas de felicidade. E logo retomam a festa em que o almoço se transformou.
Manaus e a alegria das suas gentes chegam-me através dos relatos que o meu irmão me faz pelo telefone ou via skipe. É através deles que imagino esses almoços, o Festival do Boi, o Carnaval. É assim também que mato as saudades e se me aguça a vontade de conhecer a capital da Amazónia indo ao seu encontro.



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sê grande

 Paris
Foto de FNando
***

Sê grande
 ainda que sintas que o não  és
pois só sentir
plenamente
e buscar o indizível
te é permitido

sábado, 3 de setembro de 2011

Papéis dispersos

 Foto de FNando



Numa mesa
             na esplanada do café Le Quai
                 papéis dispersos
             despertaram
             o olhar verde escuro do serveur
             Uma voz respondeu à pergunta silenciosa.
             Sou a poesia que a imaginação dos seres
             também como tu 
             sentem

             Um sorriso ondulou no seu rosto infantil
                  e ainda sem nada dizer
             sentindo apenas
             afastou-se iluminado


 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Cosmopolitismo










No post anterior, apresentei fotos de alguns veículos que observei nos meus passeios por Paris e que muito me agradaram pela sua diversidade e beleza. Desta vez partilho o que há de comum entre as pessoas e as cidades ditas cosmopolitas. Vi militares armados nos locais turísticos, nas estações de metro e comboio; vi pessoas de origens e etnias diferentes; observei um casal recém-casado a tirar fotos à beira da Sena; talvez tenha visto uma possível modelo de tão alto que a jovem era. Cruzei-me com muçulmanas que continuam a usar o seu traje tradicional, apesar de o véu ter sido proibido por lei por Sarkozy. Outras que pediam nos locais mais movimentados. E outras pessoas sentadas nas escadas do rio Sena olhando-o pensativamente.
Creio que agimos todos da mesma forma: admiramo-nos com as milícias fortemente armadas; achamos estranho os trajes de muçulmanos num país onde foram proibidos; invejamos a elegância e altura de uma mulher exuberante; sentimos ternura por um casalinho a tirar fotos; rimo-nos com as diferentes cores e dos cortes de cabelo.
As fotos do Nando são uma pequena amostra das pessoas que residem, visitam, passeiam, vigiam a bela cidade das Luzes: Paris.

sábado, 20 de agosto de 2011

Souvenirs












































































































































*******



Entre o moderno e o clássico - estes
instantâneos belíssimos foram captados em Paris, na semana passada, e foram-me amavelmente cedidos pelo fotógrafo do blogue
Sebenta do Nando (http://sebentadonando.blogspot.com)


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Je t' aime à la folie

Paris
Foto de Pedro Reis Miguel

***
Há palavras, expressões, poemas, parte de textos dos quais nos apropriamos, embora saibamos que não são da nossa autoria. Aprendêmo-los, repetimo-los, recuperamo-los nas situações mais inesperadas.
Aconteceu-me. Sim, aconteceu-me recuperar uma expressão que, durante largos meses, não sabia de onde vinha. Todavia tinha todo o sentido para mim dizê-la repetidamente, porque era isso que queria dizer e sentia, e digo e sinto: «Je t' aime à la folie». Nunca antes me ocorrera dizê-la, porém "O coração tem razões que a razão desconhece".
Hoje, por curiosidade fiz uma pesquisa na internet. Que descobri? Que se tratava do título de uma canção dos anos setenta de Serge Lama. Ora, nada em França e aí residente até aos oito anos e visitante reincidente, apesar da tenra idade, fixei a expressão. Mas uma vez adulta, esqueci o seu autor.
Será plágio dizê-la quando é o que sentimos e não encontramos outra melhor que a substitua!? É que sou uma fã incondicional da Língua e Cultura Francesas.
Faltam poucos dias para mais uma visita. Não me canso nunca!!!

*******



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Digressão


Lyon - França

***
Último dia de Outubro de 2005


Este fim-de-semana evoquei paisagens de outrora. São paisagens de um outro tempo, de um outro lugar, muito distante deste onde me encontro. Era tudo tão mágico, tão de sonho! Tão de mais!
Foi muito simples reabilitar esse passado. Creio que foi a paisagem do filme Wicker Park que me fez ressuscitá-lo. Como sinto falta da paisagem branca, branca. Ver os flocos de neve descer do céu ininterruptamente, vê-los cair uns sobre os outros até cobrirem tudo com um manto imaculado.
Mais belo e inesquecível ainda é andar nas ruas brancas e sentir no rosto o frio cortante. Sabia tão bem fazê-lo! Mesmo quando os trilhos por onde todos passavam se transformavam numa lama aguada e acastanhada.
As roupas quentes que somos obrigados a vestir aconchegam-nos nesses passeios a pé. As luvas, os cachecóis, os gorros, os casacos compridos, as botas são de um conforto extraordinário. Tal como entrar numa chocolaterie e pedir um chocolate bem quentinho. Que aroma!
Depois retomava o passeio sozinha ou acompanhada, tanto fazia. Quando sozinha, apreciava a neve nos telhados das casas, nas copas das árvores, nas margens dos lagos. Observava as pessoas na sua rotina diária. Quando acompanhada, gostava sobretudo de respirar fundo, encher o peito de ar frio e de me ver, depois, a expirá-lo como se de vapor se tratasse.

*******



Participação do mês de Agosto para a «Fábrica das Letras»

sábado, 23 de julho de 2011

Sonhos de Criatividade aos Pedacinhos com um toque de Originalidade


Foto de F Nando

Realização. Sonhos que se concretizam. Esperança. Felicidade. Estas são as palavras, as ideias, os sentimentos que me ocorrem quando olho para esta fotografia.
Comecei a escrever as minhas primeiras quadras na primária. Foi também aí que escrevi os meus primeiros textos narrativos. No segundo e terceiro ciclos continuei a escrever. Sempre gostei das aulas de Língua Portuguesa. Apesar da minha timidez, gostava de ler os textos em voz alta. Era expressiva e a dicção perfeita. Os textos que escrevia, as chamadas composições, eram lidos por mim, a pedido dos professores, ou lidos por eles. Elogiavam a criatividade e as palavras eruditas que utilizava nos meus textos. Na verdade, sempre li muito e sonhar de mais!
No secundário, como a escrita destes textos quase não existia, escrevia para mim mesma. Escrevi poemas, cartas, descrições de espaços e de emoções. Enchi cadernos e blocos com esses textos. Facto que continuou na faculdade. Contudo, só os amigos tinham acesso a essa parte de mim.
Com o passar dos anos, já mulher, mais madura, ganhei o primeiro prémio de poesia. Depois decidi-me a participar numa coletânea de poesia (há qualquer coisa, Editorial Minerva). A apresentação do livro foi no Palácio Galveias, em Lisboa. A apresentação foi feita por Ângelo Rodrigues. Os outros autores também estavam presentes. Antes da sessão ter início, deram-me uma centena de exemplares. Senti um cocktail de emoções: ansiedade, nervosismo, felicidade, orgulho, realização.
Anos se passaram e decidi-me a editar uma aventura infanto-juvenil. A apresentação no Fórum Cultural de Alcochete não podia ter corrido melhor. Estiveram presentes amigos, familiares, colegas de trabalho. A apresentação ficou a cargo do vereador da cultura da Câmara de Alcochete, do amigo dinamarquês Niels Fisher, também discursei assim como a minha amiga e ilustradora, Fernanda Azevedo. Neste dia senti-me como uma verdadeira escritora. A falar com os convidados, a vender os livros, a dar autógrafos. Senti orgulho. Estava a realizar um sonho!
Há dois anos participei noutra coletânea. Desta vez os meus textos cruzaram o Oceano Atlântico e foram publicados no Brasil, pela Editora Novitas. Outra fase. Outros textos em prosa e poesia. Recebi os meus exemplares via Correios de Portugal.
Este mês revi o segundo volume da minha coleção infanto-juvenil. Desta vez vou ser mais insistente junto das editoras. Sei que esta aventura é mais empolgante e cheia de de mistério do que a primeira.
Os meus sonhos de criança vão-se realizando aos poucos. Ainda quero ser escritora!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mensagem


Meus queridos Amigos

Hoje é o Dia do Amigo e não poderia deixar passar esta data sem escrever umas palavrinhas. Não sou muito de datas comemorativas, vocês sabem, porém abro aqui uma excepção para vos dizer o que sabem que sinto por todos vós.
Onde quer que estejamos, longe ou perto, sei que estamos no pensamento e na memória dos momentos partilhados, bons ou maus.
Que seria esta passagem feita de altos e baixos, momentos plenos e vazios, sem a felicidade de vos ter no meu coração? Sois seres de luz que me ajudam a encontrar o caminho. Sois anjos que me protegem sobretudo de mim mesma. Sois o meu refúgio para onde corro sempre que consigo pedir ajuda.
Os nossos caminhos cruzaram-se. Os laços entre nós fortaleceram-se. Crescemos uns com os outros em diferentes momentos da vida uns dos outros. Estamos juntos. SEMPRE!

Amo-vos de todo o coração.


terça-feira, 12 de julho de 2011

Vamos?


Vamos? - perguntei-te sorridente e com ar malicioso.
Onde? - quiseste saber.
Vamos? Vamos? Queres ir?
Onde? Se não me disseres onde vamos, não te posso responder. - disseste olhando-me fixamente com esse teu olhar maroto e traquina. - Tenho a certeza que estás a preparar uma marotice. Conheço-te bem.
Hum... Claro que não.
Sei que sim. Mas diz-me onde é que vamos? Onde queres ir?
Pergunta-me antes onde te quero levar.
Dá-me um beijo. - pediste com meiguice, acariciando-me o rosto.
Beijámo-nos várias vezes na boca e abraçámo-nos com ternura porque estávamos em pé. Como gostávamos desses mimos!
Então, já me podes dizer?
Entreguei-te um envelope bem colado que tiveste de rasgar com cuidado, para encontrares bem dobrado dois bilhetes de avião para Paris.
Disse-te que havíamos de ir um dia não disse? Parabéns Amor.
Amo-te! - disseste beijando-me e abraçando-me de novo.

*******

Nota: Foto de Natália Augusto, 2007

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Segredos de Lisboa

Visitar Saramago

Há algumas semanas que visitei o local onde foram depositadas parte das cinzas de José Saramago e a oliveira trazida de Azinhaga, sua terra natal.
Estava um dia poeticamenticamente solar, sem estar demasiado calor. Corria uma ligeira brisa que fazia balançar ligeiramente os ramos da oliveira.
Várias pessoas que por ali passeavam, paravam e observavam a árvore e as inscrições no chão. Algumas reconheciam logo do que se tratava, porém outras ignoravam completamente quem ali jazia. A homenagem ao nobel português da literatura nada lhes dizia.
Fiquei triste. Triste com a ignorância de certos portugueses, já que os estrangeiros que por ali andavam, procuravam mesmo esse lugar. Sabiam e conheciam a obra e as celebrações fúnebres realizadas.
Mais triste fiquei. Por isso considerei que a sua ida para Lanzarote tinha sido o melhor que tinha feito. Além disso, fora lá que tinha sido muito feliz com Pilar, o grande Amor da sua vida.
Quando o lugar ficou vazio, observei melhor a oliveira. No chão dormiam flores murchase outras viçosas, num dos ramos da oliveira havia um bilhete escrito, li-o e achei as palavras apropriadas, li também as placas escritas no chão. Uma tinha a data de nascimento e morte de José Saramago; a outra, uma das frases que antecedem o romance Memorial do Convento.
Quando me sentei no banco que ali colocaram pensei nessas palavras inscritas no chão «Mas não subiu para o céu, se à terra pertencia». Teria José Saramago pedido a Pilar para colocar essa inscrição no solo português, por ser isso o que ele pensava do ser humano e da morte? José Saramago não me elucidou. Nem eu fiz mais perguntas. Fiquei docemente silenciosa e na expectativa. Sentia que algo mais iria acontecer!
Enquanto os segundos de espera se escoavam no tempo, Saramago veio e segredou-me: «Por que esperas ? Não me encontrarás mais aqui! Estou em toda a minha obra!». «Eu sei. - respondi em voz baixa. - Mas agora está aqui, em Lisboa, ao pé de uma das suas muitas leitoras.» José Saramago anuiu e despediu-se dizendo «É uma das minhas mais fiéis leitoras. Fico grato.» E partiu. Nem tive tempo de me despedir...
Mantive-me quieta, com o coração cheio e feliz com esta conversa que ficaria para sempre em segredo. Era preferível que Saramago fosse meu e de todos, aqui, na Terra.
*******

Participação do mês de Julho de 2011 para a Fábrica de Letras

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Mural da Felicidade" II

Mais que um sentimento, a felicidade é um estado de alma que, por muito que se deseje prolongá-lo no tempo, surge aos pedacinhos dando, assim, origem a um "Mural de Felicidade"!
Esse sentimento tão desejado pelo ser humano tem sabor de sorrisos, olhos de apaixonado, momentos de alegria ... e tudo o mais.

A felicidade expressa-se de mil e uma formas ou mesmo de forma ilimitada e, por vezes, de forma inesperada. É um estado de euforia, alegria, bem estar, sonho, encantamento .
"O que é a felicidade?" É um amigo que está perto e nos faz sorrir quando só nos apetece chorar. É partir para uma viagem há muito pensada, porém só mais tarde realizada. É sair com os amigos para comemorar um aniversário. É ter uma cadelinha fofinha que nos segue para todo o lado! É amarmos e sermos amados pois o amor é um dos sentimentos que todos pro c uram e "
dizê-lo a toda a gente". É escrever um livro, publicá-lo e fazer a apresentação pública em vários locais.
É também partilhar a felicidade com estranhos colocando o que nos faz felizes num Mural comum. As fotografias são testemunhos de momentos e pessoas que contribuem para a felicidade de cada um.
O belo traduz felicidade; as viagens, a aprendizagem de novas línguas e o conhecimento do nosso mundo traz felicidade; as palavras de amor, melífluas, ternas enchem os corações seres humanos de alegr
ia; um sor
riso sincero ou um riso contagiante que se propaga aos outros é um dos melhores momentos
de alegria e partilha. Esta lista é interminável porquanto a felicidade é vivida e sentida de maneiras diferentes.
A felicidade é gramaticalmente um substantivo abtrato, subjectivo, um estado. Para o ser humano essa abtração não existe. Felicidade é felicidade e sente-se. E partilha-se... ou talvez
não!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

«Mural da Felicidade" I

Foto de F Nando
*******
No dia 2 de Julho aconteceu a segunda edição do "Wallpeople". Este evento que envolve os amantes da fotografia foi trazido para Lisboa por uma jovem que residiu em Barcelona e onde
se deparou com este encontro da arte da fotografia. Daí a pensar dinamizar esta ação foi um passo.
O lugar escolhido no ano passado foi o largo de São Carlos, um lugar por si só mágico, encantador e cultural. Este ano o local teve menos visibilidade. Decorreu na Travessa do Cotovelo, não muito longe do Cais do Sodré, das dezassete às dezanove horas.
Ainda assim o "Wallpeople" foi sendo criado a pouco e pouco. Fotógrafos amadores, na sua maioria, e profissionais aproximavam-se do muro de onde nasceria um mural colectivo.
Se no início só surgiam no muro o logotipo "Wallpeople" e a questão temática "O que é a felicidade?", o mural foi sendo composto aos poucos. Do centro para as laterais. Primeiro cresceu a da esquerda e depois a da direita. Os intrépidos, subiram a um escadote, e os mais altos fizeram o mural crescer para cima. As fotos também foram descendo harmoniosamente.
Os participantes colavam as suas fotos na parede ocre com satisfação. As mãos mexiam-se com frenesim para colocar o bostik nas muitas fotografias que tinham nas mãos.
A organização ia orientando os participantes que se afastam das regras: deviam colar as fotos não muito longe umas das outras, não deixar espaços vazios, afastarem-se no final para tirarem fotos ao mural.
Depois da exposição do mural, desconstruiu-se. Cada participante pôde levar as suas fotos ou as fotos de outros participantes, para depois trocar impressões. Ora isso só seria possível se atrás da foto estivesse o e-mail do seu autor. A verdade é que a maioria tinha tido em atenção esse requisito.
Foi uma parte da tarde de Verão muito agradável. Ouviram-se comentários, histórias das fotos, tiraram-se fotos das fotos, do mural da felicidade, dos que fotografavam, dos que davam entrevistas.
Neste ano de 2011 o evento decorreu em simultâneo em diferentes cidades: Barcelona, Lisboa, Porto, Santiago, Cidade do México, São Paulo, Madrid, Bratislava, Bogotá, Bilbao, Istambul, Palma de Maiorca, Berlim, Roma, Valencia, Budapeste, Sevilha, Rio de Janeiro, Amesterdão, San Juan. Em suma, o evento decorreu em vinte cidades.
É preciso tão pouco para sermos os artíficies da felicidade comum e partilhá-la!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Passeio I

É bom deixar a nossa casa por uns dias e ir até outros recantos belíssimos do nosso país encantador. Dá-nos uma sensação de evasão e felicidade interior. De saída da rotina. Partir é bom. Talvez porque sabemos que vamos regressar e reencontrar o nosso espaço.
Depois de terem decorrido muitos meses da oferta de uma prenda A Vida é Bela, Mourão, no Alentejo, foi o destino escolhido. A viagem foi feita de automóvel para fazer paragens sempre que nos aprouvesse. A primeira foi em Beja. Revi a cidade que já conhecia por ter há alguns anos assistido ao evento As Palavras Andarilhas. Depois seguimos para Mourão. Uma bela terra, com habitantes muito simpáticos, com uma acentuada pronúncia alentejana, feita de palavras arrastadas e cantadas.
As ruas estreitas foram engalanadas para o "Festival do Peixe do Rio e do Pão". As ruas cheiravam a poejo, orégãos e outras ervas aromáticas. Havia colchas a decorar as varandas em ferro forjado! Foi aí que comi a melhor açorda alentejana. Deliciosa e muito gulosa.
Instalados no Hotel de Mourão, um belíssimo palácio, perto da Câmara Municipal, no centro da cidade, dormimos uma breve sesta antes de explorarmos outros lugares.
A seguir fomos ver o Grande Lago de Alqueva, que eu já vira também há uns anos atrás. A barragem é uma gigantesca e verdadeira obra de engenharia. A água do Alqueva vê-se bem de perto, depois da barragem optámos por visitar a Nova Aldeia da Luz. Tal como há anos, veem-se poucas pessoas, a água subiu mais e há uma espécie de porto flutuante de onde se vê a água a perder de vista e pequenas ilhas.
Após deixarmos Mourão, rumamos a Évora. Que calor! Mas isso não nos demoveu de percorreremos as ruas históricas, visitámos a Capela dos Ossos, tirámos fotos à "pig parade" que estava exposta na Praça de Giraldo, descansámos no jardim público onde está o busto de Florbela Espanca, avistámos a planície alentejana do jardim que existe perto do Templo de Diana, e que alguns apelidam de Jardim dos Namorados.
Entretanto, o fim de semana terminava. Retomámos a viagem de regresso, nas calmas, continuando a observar a paisagem alentejana. Depois de três dias tão intensos, era bom regressar a casa.
Estas fugas no nosso cantinho ajardinado e tão cheio de contrastes e tanta beleza enchem-nos os dias de cor, magia e poesia!!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

E se...


Tenho andado algo, para não dizer muito, afastada deste meu blogue. Desculpo-me com a falta de criatividade. :(( Não posso culpar a falta de tempo, porquanto tenha muito e muito e muito tempo de sobra.
A falta de leitores pode ser um dos fatores, porém não é verdade. Talvez seja uma falta de assunto, de tema, de vontade. Sei lá... O que quiserem. Fui apanhada de surpresa por isto me estar acontecer. Nem acredito. Logo eu que gosto tanto de escrever!
E se falasse do meu querido e doce namorado? Será que ele se iria importar? Há tanto para dizer sobre o meu querido Amor, que não sei por onde começar! Posso fazer uma ou outra revelação: gosta de fotografia, adora passear, é super querido comigo. É a minha alma gémea ponto final.
E se vos falasse agora das minhas fantasias? Será que posso entrar por estes meandros? Querem saber? Querem mesmo saber? Como gostaria de mergulhar nua num mar de água transparente. Gostaria ainda de jantar à beira mar e beber champanhe até mais não.
Se perdesse a vergonha e a timidez, poderia partilhar mais e interessantes fantasias com o meu amado. Mas fica tudo em silêncio. Sei, no entanto, de uma cidade onde me desinibiria: Paris!
E se...

sábado, 11 de junho de 2011

TOMAR


Foto de FNando

*******
Ontem o dia 10 de Junho nasceu sob o signo do sol. A sua luz augurava um dia diferente e repleto de emoções. Além de que era o dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Não obstante ser feriado nacional, o que mais prometia era o tão esperado encontro do "Abrigo Poético" organizado pela Helena e pelo Helder.
Saímos pela manhã em direção a Tomar, cidade templária, atravessada pelo Rio Nabão. Uma vez lá chegados, fomos visitar o Castelo e o Convento de Cristo erigido no alto de um monte. Os laranjais, as latadas, as muralhas deixaram acenderam em mim memórias de outras viagens. A panorâmica que dali se tinha sobre a cidade era de suster a respiração dada a sua beleza.
Deambulámos ainda pelas ruas da cidade. Andámos pelas ruas pedonais, atravessámos a ponte para uma espécie de ilha, apreciámos a vegetação do jardim e as cascatas do rio.
Um pouco depois das doze horas juntámo-nos a alguns elementos do "Abrigo Poético", que só eu conhecia virtualmente por colocar poemas meus na página que este projecto tem no Facebook. Apresentámo-nos e a conversa foi fluindo. Falava-se das qualidades dos organizadores, da sua simpatia, de poesia, de publicações e da importância daquele dia. Do virtual estávamos agora a viver o real.
A sala que acolheu os escritores e seus acompanhantes estava magnificamente decorada e de acordo com o evento tão especial. À entrada, antes de transpor a porta da sala de refeições, encontrava-se num placard os nomes dos participantes por mesa que obedeciam a um tema. Ficámos na mesa "Amizade", à esquerda da mesa dos elementos do "Abrigo".
Depois do delicioso almoço à portuguesa, pois o bacalhau não podia faltar na mesa, seguiu-se o recital dos poemas dos poetas do "Abrigo". Rolos em jeito de papiro repousavam numa cesta decorada a azul, sob o nome "Tertúlia em Tomar". Cada poeta tirava um à sorte e se lhe calhasse o seu tinha de o recolocar na cesta. Seguiu-se o recital. Entre os intrépidos e os mais corajosos, todos os poemas foram declamados e aplaudidos. Foi um momento muito poético, claro!
Finalmente, ainda surgiu na mesa "Abrigo" um enorme bolo retangular. Cada um comeu o seu pedaço de bolo e bebeu espumante. Mantivemo-nos mais um pouco a conversar.
Depois das despedidas, a viagem de regresso foi feita pela estrada nacional para apreciar a beleza da paisagem ribatejana. Desde os arrozais, aos campos de milho, aos vinhedos, às cegonhas, ostensiva e corajosamente instaladas nos postes de alta tensão, aos cavalos lusitanos nos pastos, assim como os touros bravos, de tudo se viu. Chegámos a casa quase ao sol pôr com o coração a transbordar de felicidade.