segunda-feira, 5 de março de 2012

Comer...

Ratatouille (França)
















Sabores da Clau (Brasil)

















*******


Nos primeiros anos de vida, podemos não identificar as texturas, mas reconhecemos odores: o leite materno, a papa, a sopa, a fruta em boião ou carinhosamente triturada com o garfo. São estes primeiros aromas que estimulam e despertam os sentidos.
Creio que estas descobertas mais ou menos odoríferas vão formando o gosto pela comida. Além de se despertarem os sentidos, estes são educados para as escolhas futuras, pois tudo é escolhido pela frescura e qualidade dos alimentos. Há tanto amor e preocupação nessas escolhas! Pois se alguns se deliciam com quase todas essas iguarias , outros há que têm muita dificuldade em apreciar o quer que seja.
Comer pode mesmo ser um prazer. Uma verdadeira paleta de cores e sabores e texturas. Um banquete para todos os sentidos. O doce, o ácido, o salgado, o picante hão-de satisfazer o paladar. O cru, o crocante, o estaladiço, o borbulhante serão bons para a audição. O cozido, o assado, o frito, triturado falam diretamente com o tato. O perfume dos morangos acabados de colher, do caril, do açúcar caramelizado serão sempre uma perdição para o olfato. O verde, o vermelho, o amarelo, o violeta, o dourado dos alimentos farão as delícias de qualquer olhar. E todos eles juntos serão, sem dúvida, uma policromia que apetecerá sempre.
Na fim semana passada, o meu irmão, sempre bom observador de comportamentos, disse-me que nunca me vira comer deliciada, porquanto sempre fora um sacrifício para mim alimentar-me. Reiterou-me que gostava de me ver comer com prazer. Concordei com ele. Hoje não só cozinho com prazer, como também me delicio a comer. Hoje a viagem pelos paladares e sabores é uma descoberta deliciosa.


1 comentário:

mfc disse...

A hora da mesa é uma hora especialíssima.
Uma hora em que tudo se degusta e tudo se conversa!