domingo, 11 de novembro de 2012

XX Naquele dia...



***

A avó Laura foi para a quinta com duas amigas. Iam muito animadas e, por vezes, pediam opinião ao motorista sobre o que fazer no fim-de-semana. Quando chegaram à quinta, o mordomo e as três criadas já estavam à sua espera.
Uma delas instalou a avó na sua suite e as outras duas instalaram as amigas da avó Laura nos quartos de hóspedes. Tomaram um duche antes de descerem para o rés-do-chão, instalando-se na biblioteca que era simultaneamente a salinha de estar e de receber as visitas.
Uma hora antes do almoço, chegaram Paulo e a sua namorada Susy. Por muito que o namorado tentasse pô-la à vontade para conhecer a avó e as amigas, Susy sentia-se apreensiva. Como seria recebida? Era uma jovem sem berço. Eram receios infundados.
Paulo entrou na casa de mão dada com Susy e seguiu as vozes que o conduziram à salinha predileta da avó. Susy foi-lhe apresentada assim como às suas amigas. No entanto, Susy não se sentiu à vontade. Pelo contrário, sentiu-se observada.
- Bem vinda, minha querida. Fizeram boa viagem? - perguntou a avó.
- Obrigada. Sim, fizemos boa viagem. A sua casa é linda e enorme!- disse Susy.
- Herança de meus avós, querida.
- Como disse que se chamava? - perguntaram Magalie e Sílvie, as amigas da avó Laura.
- Susy.
- Inacreditável! Os nossos nomes rimam: Magalie, Silvie e Susy. - disse Magalie, sorrindo.
- Ainda falta um pouco para o almoço - explicou a avó Laura - Paulo, leva Susy a ver os jardins e o lago. Não se afastem muito.
- Com certeza avó. - Concordou Paulo dando-lhe um beijo na testa. - Até já minhas senhorass.
Naquele dia, não choveria. O sol teimava em aparecer timidamente. Paulo e Susy aproveitaram aqueles momentos a sós para conhecer os jardins, o lago, os pomares e, claro, para namorar.
- Achas que a tua avó gostou de mim?
- Por que não deveria gostar? És encantadora e linda e meiga e doce...
- E que mais? Diz!
- E amo-te!
- O quê? Acho que não ouvi bem!
- E amo-te.
-Também te amo muito! Ah, Paulo, meu amor, quanta felicidade. Estou sem palavras.
- Não são necessárias... - disse beijando-a doce e longamente e abraçando-a com carinho.
No caminho de regresso ainda passaram pelas cocheiras. Um dos cavalos pareceu simpatizar com Susy.
- Como se chama?
- Crinas ao Vento.
- Achas que poderei montá-lo logo ou amanhã?
- Tem de ser um cavalo mais dócil para te habituares. Esse é arisco!
- Está bem! Não posso arriscar muito por causa da próxima passagem de modelos.
- Isso mesmo, menina sensata! Vamos voltar?
- Claro, "mon amour"!
- Os amigos das quintas vizinhas da minha avó já devem ter chegado. Antes que bebam aperitivos demais, é melhor aparecermos.

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