quinta-feira, 4 de março de 2010

Segredos



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Descobri que as palavras mais significativas são aquelas que não se dizem; são as que ficam retidas dentro do nosso ser como verdadeiros e intocáveis tesouros.


Ah! se soubessem o que tenho calado! É esse silêncio que me sustém. No silêncio estão palavras mudas, gotas de orvalho, ténues raios de luz a atravessar a sombra, silêncios lunares.


São segredos invioláveis. Só meus! Só dor, angústia e desilusão. Nada mais... Tudo é inexoravelmente liso.


(23 de Abril de 1995)


Foto de F Nando

http://sebentadonando.blogsopt.com/

10 comentários:

Teresa Diniz disse...

As palavras mais significativas são as que não se dizem. Sim, mas às vezes magoam-nos mais por não as termos soltado, nem que fosse ao vento.
Bjs

Natália Augusto disse...

Tive uma longa fase introspectiva,depois comecei a partilhar o que me incomodava e tornei-me demasiado frágil e transparente e comecei a ser julgada. Agora regressei à fase introspectiva e ao silêncio. Tenho as palavras para dizer o que me angustia e me dói no mais fundo do ser.
Descobri que não posso ser autêntica, que não posso ser como sou, pois o preconceito é maior que a compreensão e a aceitação das diferenças do outro.
Sinto um cansaço infinito deste sentir. E, como podes constatar, pela data em que esse pequeno excerto foi escrito, esse cansaço vem de longe.

Obrigada Teresa pelas tuas palavras.

Unknown disse...

Concordo com a Teresa.
Mas o meu feitiozinho Craneiro, raramente deixa por dizer aquilo que sai pela boca, geralmente antes de passar pelo cérebro.
Já paguei caro, por não saber calar...
Bj, Natália

Natália Augusto disse...

Olá Ana,
sei que ambas têm razão. A única coisa que consigo fazer em momentos de desespero é destruir telemóveis atirando-os ao chão ou partir louça. Depois choro. Não sou muito normal, pois não?

Beijos

mz disse...

Se o silêncio nos equilibra psicológicamente, pois que se calem as palavras!

bj

Natália Augusto disse...

Obrigada MZ. ÀS vezes preciso esconder-me no silêncio ou o silêncio é uma das minhas casas onde me sinto protegida.

Bjs

Olga Mendes disse...

Lindo Natália, mas o que fica por dizer doi cá dentro demais, e por vezes sinceramente amiga não sei o que é melhor: perder por falar nunca por ficar calada ou entrar muda e sair calada. Mas que doi não dizer as coisas doi...compreendo-te perfeitamente, olha como és uma escritora, escreve como se fosse uma personagem fictisia a dizer... Beijinhos. Adorei a tua participação deste mês porque com poucas palavras disses-te muito. Parabéns.

Fábrica de Letras disse...

Boa noite Natália.
Obrigada desde já pela tua participação no tema deste mês da Fábrica de Letras, contudo, a tua postagem não está de acordo com as regras estabelecidas previamente e já muito difundidas. Deves escrever o título do post e de seguida o nome do blog. Se reparares, todos têm assim. Pedimos portanto, que voltes a postar esta tua participação da forma correcta. Obrigada e bons textos

Natália Augusto disse...

Boa noite, Olga

Sei que tens razão, mas este silêncio faz parte de mim, da minha timidez também, do medo de desiludir e de tantas outras coisas.

Obrigada pelas tuas palavras

Natália Augusto disse...

Fábrica de Letras,

farei isso logo que possa, Parece-me que não me dou bem com regras. :)