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Lembro-me, como se fosse ontem, dos brinquedos que tive na minha idade de ouro. Tive várias bonecas, uma do meu tamanho, com lindas roupas e cabelos que eu penteava, tive um bébé chorão, outras bonecas com muitas roupas e sapatos tipo Barbie (não sei se não o seriam já), cordas para saltar à corda, um baloiço feito pelo meu pai nas traseiras da casa, uma bicicleta, que o meu irmão viria a usar anos mais tarde e partir.
Certa vez, recebi de uma prima uma máquina de costura linda, em latão, ida de Portugal, que acabou na calçada, por eu a ter atirado pela janela. Que mal agradecida, pensarão. Agia sem pensar. Tinha tanto com que me entreter! Além disso, era rebelde. Quantas vezes fugi de casa para ir ter com os vizinhos…
Desses brinquedos, poucos me acompanharam na viagem para Portugal. Apenas uma boneca da qual não me separava nunca. Com o passar do tempo, no mês de Agosto, os brinquedos reapareceram. O meu pai traziam-mos de França. Trens de cozinha, animais vários, uma mala com jogos diversos que jogávamos nas noites quentes de Verão com ele, o meu irmão e primos, que não tinham aqueles divertimentos.
Na aldeia descobri outras formas de brincar e de me divertir. Depois da escola, que acabava invariavelmente às quinze e trinta, jogava à macaca, ao prego, aos países, à cabra cega, ao elástico e corríamos pelos montes deitando-nos nas copas das giestas mais frondosas. Até esta altura fui uma maria-rapaz, pena que não tenha sobrado nada da rebeldia dela.
No Natal havia outros jogos e brinquedos tradicionais: jogávamos ao rapa (dentro de portas à noite), ao pião e à malha (fora de portas durante o dia). Eram dias mágicos. A minha avó, nascida em 1900, contava-nos que tinha tido bonecas de trapos e outros brinquedos em madeira e latão.
Há dias, no Chiado, entrei numa loja linda e surpreendente de seu nome “A Vida Portuguesa“. Aí recua-se no tempo! A um tempo mágico onde se encontra o que de mais português existe. Encontram-se brinquedos de latão e de plástico (carrinhos, autocarros, trens de cozinha) piões, cordas; os melhores sabonetes de produção nacional; o restaurador Olex; a pasta medicinal Couto; o mel e as compotas; os cestos de vime; os livros dos primeiros anos de escolaridade antes do 25 de Abril; os lápis Viarco, as lousas, e tantas outras formas de reviver o passado português.
Na minha humilde opinião, acho que os brinquedos de hoje ainda que mais sofisticados e muito variados não permitem à criança aprender a brincar, nem a partilhar brincadeiras. Os “game-boys”, as “PSPs”, os jogos de computador e de telemóvel são jogos maioritariamente jogados por um/dois jogadores.
Hoje, ganha-se em tecnologia, mas perde-se o contacto com os outros, tão importante para o crescimento saudável da criança.
Desses brinquedos, poucos me acompanharam na viagem para Portugal. Apenas uma boneca da qual não me separava nunca. Com o passar do tempo, no mês de Agosto, os brinquedos reapareceram. O meu pai traziam-mos de França. Trens de cozinha, animais vários, uma mala com jogos diversos que jogávamos nas noites quentes de Verão com ele, o meu irmão e primos, que não tinham aqueles divertimentos.
Na aldeia descobri outras formas de brincar e de me divertir. Depois da escola, que acabava invariavelmente às quinze e trinta, jogava à macaca, ao prego, aos países, à cabra cega, ao elástico e corríamos pelos montes deitando-nos nas copas das giestas mais frondosas. Até esta altura fui uma maria-rapaz, pena que não tenha sobrado nada da rebeldia dela.
No Natal havia outros jogos e brinquedos tradicionais: jogávamos ao rapa (dentro de portas à noite), ao pião e à malha (fora de portas durante o dia). Eram dias mágicos. A minha avó, nascida em 1900, contava-nos que tinha tido bonecas de trapos e outros brinquedos em madeira e latão.
Há dias, no Chiado, entrei numa loja linda e surpreendente de seu nome “A Vida Portuguesa“. Aí recua-se no tempo! A um tempo mágico onde se encontra o que de mais português existe. Encontram-se brinquedos de latão e de plástico (carrinhos, autocarros, trens de cozinha) piões, cordas; os melhores sabonetes de produção nacional; o restaurador Olex; a pasta medicinal Couto; o mel e as compotas; os cestos de vime; os livros dos primeiros anos de escolaridade antes do 25 de Abril; os lápis Viarco, as lousas, e tantas outras formas de reviver o passado português.
Na minha humilde opinião, acho que os brinquedos de hoje ainda que mais sofisticados e muito variados não permitem à criança aprender a brincar, nem a partilhar brincadeiras. Os “game-boys”, as “PSPs”, os jogos de computador e de telemóvel são jogos maioritariamente jogados por um/dois jogadores.
Hoje, ganha-se em tecnologia, mas perde-se o contacto com os outros, tão importante para o crescimento saudável da criança.
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Rua Anchieta 11 - Chiado, Lisboa
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Nota: Este post integra-se no tema proposto pelo blogue Blogagens Colectivas subordinado ao tema "Brinquedos: dos mais antigos aos mais recentes"
3 comentários:
Nathalie
Gostei do texto, das brincadeiras e das recordações. Também fui moleca e brinquei muito na rua, ainda dava para juntar a criançada da vizinhança no final de tarde e brincar até a mãe chamar para o banho, jantar e cama.
O mundo vai mudando...
Parabéns pelo texto.
beijos
Oi Natália. Muito legal seu texto. Você tem razão, as brincadeiras "mais antigas" proporcionavam mais trocas e grupos maiores para as brincadeiras... POr isso quando eu posso, sempre dou para meus sobrinhos presentes "mais caretas", com menos tecnologia, pra variar. E, felizmente, eles gostam! Um abraço e parabéns pelo seu blog!
Ao ler recordei brincadeiras de infância e como eramos felizes com tão pouco!
Lembro-me que faziamos carrinhos de esferas para as corridas rua abaixo.
Os jogos tinham a sua época em função das estações do ano: o pião no outono; o prego no inverno e na primavera os berlindes.
Ainda outro dia me deliciei a ver uns miúdos a jogar ao berlinde.
Beijos e boas letras
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