terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um pouco tarde...






Sempre gostei de escrever. Creio que não restam dúvidas desse meu gosto pessoal. Tinha sete ou oito anos quando escrevi as primeiras quadras sobre a Primavera. Uma tia materna, com quem vivia na altura, ficou com elas e o tempo fez com que desaparecessem. Estavam escritas numas folhas de caderno, a lápis.

Durante anos escrevi em caderninhos que o meu pai me trazia, em guardanapos de papel, ou noutro material qualquer.

Nessa altura gostava apenas de escrever e sentia tudo o que escrevia. Além disso, os professores elogiavam, liam em voz alta ou pediam-me a mim para ler em voz alta os meus textos. Lia-os timidamente, apesar de saber que os meus colegas não usavam o vocabulário que já usava.

Sempre lera muito! Lia, escrevia e a minha mãe e tias contavam-me muitas histórias. Havia todo um imaginário poderoso dentro da minha mente.

Sempre gostei de escrever nos cadernos onde aprendi caligrafia. Na escola francesa, os cadernos eram não só para escrever, mas para treinar a caligrafia! Tinha uma letra linda: redondinha, certinha, perfeita.

Hoje a minha letra já não é como naqueles anos de ouro, mas compro sempre esses cadernos quando vou a França. É aí que escrevo poemas, pensamentos, onde copio citações ou apontamentos sobre vários assuntos.


Às vezes não sei o que faça com o que escrevo! Acho que não digo nada do mundo, nada do mundo que é e que os outros são!


Ainda assim vou escrevendo, porquanto as histórias, poemas, pensamentos invadem a minha mente doentemente febril e meu ser angustiado. Às vezes não me econheço nas palavras que escrevi. Deve ser outra. Outra que mora num mundo tão distante deste, onde nada de mal acontece, sobretudo aos que eu amo e quero tanto proteger.

16 comentários:

Teresa Diniz disse...

Natália
Deste neste post um pouco de ti e dos teus sonhos, além da tua letrinha redondinha.
Bjs

Daniel C.da Silva disse...

Já lá está, amiga :) Era suposto colocar o bilhete de quem convidou e o bilhete inicial com links e desafiar os outros, mas o que interessa mesmo é que colocaste o teu bilhete manuscrito. Tal como tu, também comecei cedo a escrever, em cadernos da primária "a historia da minha vida" eh eh mas acho que a caligrafia é algo de muito nosso e por isso valorizei tanto a ideia do Luis Ferreira ao ponto de a publicitar e aderir a ela.

Obrigado por teres mostrado a tua caligrafia :) Considfero isso uma partilha de algo muito teu... como de qualquer pessoa que o faça :)

beijinhos

Marta disse...

Gostei bastante do teu blog
Desculpa a invasao :D

bj

Olga Mendes disse...

Escreves muito bem, disso não duvido, com sentimento e verdade em cada palavra proferida. Beijinhos.

Natália Augusto disse...

Minha querida Teresa,

às vezes não consigo ser impessoal. Na verdade, talvez tenha criado este blogue para me dizer.

Beijinhos

Natália Augusto disse...

Daniel,

O tempo foi passando e eu não coloquei logo o "post" e quando o fiz ontem, só li por alto as instruções. Sorry!
Ainda assim, digo-te que gostei muito de participar.

Beijinhos

Natália Augusto disse...

Marta,

obrigada pelas tuas palavras. Não considero que teres visitado o meu blogue seja uma invasão.
Volta mais vezes. Sempre que queiras.

Beijinhos

Natália Augusto disse...

Olga,

és uma querida e uma amiga virtual maravilhosa.

Beijinhos

aapayés disse...

Precioso.. cuando me detengo en tu blog.. haces que el día se maravilloso..

Un beso


Un abrazo
Saludos fraternos.

Unknown disse...

E continuas a escrever...
Uma forma de sonhar acordada, não é?
Bj

Natália Augusto disse...

Gracias Adolfo. As tuas palavras também me dão alento a continuar.

Merci!

Besos

Natália Augusto disse...

Pois é querida Ana. Escrever é també sonhar acordada e sentimo-nos muito melhor!

Mari Amorim disse...

Natalia,querida
É tão bom quando leio um texto,e indentifico quem o escreveu,conhecer um pouco os sonhos de cada alma,gostei muito

Se vc puder
Está acontecendo até o dia 07/03 a BlogagemColetiva,
proposta pelo blog http://fio-de-ariadne.blogspot.com
Meu Oscar Vai Para:
Venha conferir e comentar minha participação no:
http://sempretensoesamorcontos&causos.blogspot.com/
Boas energias
Mari

Ana Paula Motta disse...

Natália, lendo esse texto tive vontade de voltar a cultivar um caderno como nos velhos tempos. Digo que cultivar porque é assim que sinto a escrita, regada,sentida,cuidada.Beijos floridos

F Nando disse...

Rebuscando a memória...
O pormenor da data transporta para lá e onde é que eu estava em Maio de 95 - vivia em Lagos
Bjs

Natália Augusto disse...

Olá Nando,

Em 1995 estava em Alverca do Ribatejo. Morava com a miinha mãe e o meu irmão e era lá que dava aulas.
Foi nesse ano que me foi diagnostada a primeira depressão e nada fiz. Teimosa!!!