segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vozes do Mar

Foto de F Nando
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Este silêncio de Inverno feito de vendavais, nevões, chuvadas torrenciais, dias e dias de céu de cores de chumbo e quase azul escuro são o anúncio dos gritos mudos do mar. O mar tem voz e é das mais belas: pode ser tempestuosa, melódica, tranquila e diz tanto sobre o que sente. Tem um sentir inimaginável que se perde na distância e fusão de todos os Oceanos.
Agora anda enfurecido. Muito. Atira-se contra as escarpas dos promontórios, as vagas crescem enormemente e os areais ficam à sua mercê.
O mar é um poeta. É no silêncio que escreve os mais belos poemas nos corais, nos tesouros que ainda alguém há-de descobrir. Há tantos mistérios no silêncio fundo do mar!

8 comentários:

Eva Gonçalves disse...

O mar teima em sussurrar silenciosamente, palavras aos poetas e a inspirar as telas dos pintores... dele dizemos que é poeta, mas sabemos que é guardador de segredos, sonhos e tesouros... por isso queremos sempre ir ao seu encontro. :)beijo

Daniel C.da Silva disse...

A foto está magnífica num fundo escuro, e o pequeno texto pujante, tal como o mar. Sabes, eu gosto do mar, não da praia. Como diria Florbela Espanca: "Quando eu morrer, procura-me no mar"...

beijinhos amigos

Natália Augusto disse...

Sou tão florbeleana, Daniel! Sinto e penso o mesmo.
Quando morrer não quero túmulos. Quero que me transformem em cinzas e me atirem ao mar. Só aí serei verdadeiramente eu.

Teresa Diniz disse...

Querida Natália
Que texto lindo, tão inspirador! O mar é assim, mágico e arrebatador.
Bjs

AvoGi disse...

Obrigada pela visita ao meu rural. Seguirei o blogue e virei muitas vezes aqui espreitar e comentar. Posso? kisses

AvoGi disse...

A propósito do seu comentário acima ao Daniel. tenho a dizer que a minha irmã foi cremada segundo o seu desejo.E as cinzas repousam na campa onde estão a minha mãe e avó. Eu não consigo pensar que o corpo está numa caixinha.
Não consigo "gostar"(não calha bem esta palavra)de crematórios e muito menos do percurso do corpo dentro do crematório.Faz um ano daqui a dias e para mim ainda é muito recente. desculpe este desabafo. não tem nada a ver com o post, mas enfim... soltou-se-me a língua .:)kisses

Fátima Santos disse...

Realmente, concordo contigo. O mar diz-me muito consigo rever nele a alma do homem, se está calmo tranquiliza-me, se está revolto inquieta-me, mas é sempre imenso...bjs

Natália Augusto disse...

OLá Avogi,

Obrigada pela sua visita, pelo seu comentário e pelo seu desabafo. Às vezes é preciso. E eu ouvir-te-ei sempre.

Beijinhos